Mercedes-Benz deve prolongar produção do Classe A por dois anos

Em março, a Mercedes-Benz fez uma declaração impactante: o Classe A não ganharia nova geração. A ideia era reduzir sua linha de modelos de entrada, eliminando alguns e focando em carros que realmente fazem sucesso, como os SUVs. A estratégia vai além de cortar custos; é sobre simplificar a produção e focar no que o mercado quer.
Mas, como muitas vezes acontece no mundo automotivo, as coisas podem mudar. Recentemente, a revista alemã Automobilwoche revelou que o Classe A pode ter uma sobrevida, especialmente porque a procura por ele na Europa continua forte. Fontes próximas à montadora sugerem que, com uma repensada na estratégia de eletrificação, a produção do hatch pode ser estendida até 2028, dois anos a mais do que o esperado.
Se isso acontecer, a marca não apenas mantém um modelo de entrada acessível, mas também ganha tempo para ajustar seu portfólio entre motores a combustão, híbridos e elétricos. Hoje em dia, falar de carro é também considerar a transição para o elétrico, mas isso leva tempo. O chefe de produção, Jörg Burzer, até comentou que muitos modelos híbridos e elétricos ainda precisam de um tempo maior para se tornarem a maioria das vendas globais.
No planejamento original, além do Classe A, o Classe B, que tem uma vibe de minivan, também sairia de cena. Isso deixaria só o CLA sedã, a CLA Shooting Brake e os SUVs GLA e GLB como opções. E tem mais: a Mercedes deve se desfazer do prefixo EQ para os modelos elétricos, transformando-os em versões convencionais das linhas que já conhecemos.
Se o Classe A realmente continuar até 2028, a expectativa é que sua produção se transfira para Kecskemét, na Hungria, onde a marca já monta outros modelos compactos. É uma estratégia parecida com a da Volkswagen, que anunciou que o Golf deve sobreviver até 2035, mesmo mudando de país.
Um pouco da história do Classe A
O Classe A nasceu em 1997, unindo hatch e minivan em um design compacto de 3,57 metros. A ideia era popularizar a marca ao redor do mundo, uma jogada que fez a Audi com o A3 e a BMW com o Série 1.
Ele foi tão importante que foi um dos primeiros modelos produzidos fora da Alemanha, com a fábrica de Juiz de Fora (MG) iniciando a produção em 1999. Com a promessa de democratizar o acesso à marca, suas vendas foram relativamente modestas no Brasil, totalizando 63.448 unidades de 1997 até 2005. No fim das contas, o Classe A tem uma história rica e cheia de reviravoltas, e o interesse por ele ainda está vivo, mostrando que o hatch ainda tem muito a oferecer.