Grande Panda, sucessor do Argo, ganha motor Peugeot e fica mais barato

Quando a Fiat apresentou a nova geração do Panda no ano passado, pareceu que a montadora estava fugindo de um detalhe importante: as versões a combustão. Sob a direção de Carlos Tavares, a ideia era que esse compacto, com jeito de SUV, já estivesse voltado para um futuro sustentável, especialmente na Europa, onde as regras estão se tornando cada vez mais rigorosas. Mas, como em todo bom filme, as coisas mudaram.
Após a saída de Tavares em dezembro, a Fiat decidiu dar um novo rumo ao Panda. Agora, o hatch ganhou versões híbridas, seguindo o mesmo caminho dos modelos Pulse e Fastback que já conhecemos bem por aqui. Mas não parou por aí. Assim como o 500 atual, que precisou de um empurrãozinho para conquistar as vendas com a sua versão híbrida, o Grande Panda agora também vai contar com um motor a combustão, e o mais interessante: ele é um Peugeot!
Estamos falando de um motor 1.2 de três cilindros. Esse motor, que até fez uma passadinha pelo Brasil entre 2016 e 2020 com o nome Puretech, acabou sendo deixado de lado quando o 208 moderno chegou, que é movido pela família Firefly. Um detalhe que gerou polêmica na época era a correia banhada a óleo que encarecia a manutenção. Agora, no Grande Panda, esse motor vai de turbina, subindo sua potência para cerca de 100 cv, acoplado a um câmbio manual de seis marchas.
Esse novo Panda estará disponível em três versões: Pop, Icon e La Prima. E adivinha? O preço caiu bastante. Agora, o modelo mais em conta parte de 16.900 euros (aproximadamente R$ 108.160), um valor bem mais em conta se comparado aos 23.900 euros (cerca de R$ 152.960) da opção elétrica básica.
Apesar de ser uma opção mais barata do que as versões elétrica e híbrida, o Grande Panda não é um carro pelado. Ele traz uma lista de equipamentos super completa, incluindo painel digital, ar-condicionado, sensores de estacionamento e até frenagem automática de emergência, tudo isso desde a versão de entrada. Quem já teve um carro com esses recursos sabe como eles fazem diferença no dia a dia — ainda mais em um trânsito caótico.
Hatch em teste no Brasil
O CEO global da Fiat, Olivier Francois, confirmou que o Grande Panda terá um papel fundamental para a marca em todo o mundo, especialmente no Brasil. Ele até fez uma comparação com a famosa família Palio, que foi um grande sucesso no passado. Isso coloca o Grande Panda como central para o futuro da Fiat, servindo de base para novos modelos, inclusive os sucessores do Pulse, Fastback e até a picape Strada.
As primeiras unidades do Panda já começam a aparecer em testes no Brasil. Elas têm circulado com a carroceria do primo francês, o Citroën, pela região de Minas Gerais, como mostram alguns flagras que circularam por aí. A boa notícia é que ele mantém dimensões bem parecidas com o seu irmão, com cerca de 3,99 metros de comprimento e 2,54 metros de entre-eixos, tendo um design mais quadrado que é uma marca registrada dos modelos italianos.
Ainda está no ar se o hatch por aqui vai manter o nome e a aparência do Panda europeu. Poderemos acabar recebendo uma versão adaptada, seguindo o modelo do Citroën C3, algo que pode ser bacana para o mercado local. A previsão é de que esse carro chegue nas ruas até o final da década, dando novos ares aos nossos automóveis.