GM vendeu SUV da Suzuki no Brasil antes de parceria com Hyundai

Muita gente acabou levando um susto recentemente com o anúncio da parceria entre a General Motors, que todo mundo conhece por conta da Chevrolet, e o grupo coreano Hyundai-Kia. Essa união promete trazer uma linha nova e cheia de novidades para o mercado, especialmente voltada para a América Latina.
Uma das grandes promessas dessa parceria são duas picapes inéditas da Hyundai. A primeira será uma picape de porte intermediário, que deve se inspirar na Chevrolet Montana. Já a segunda picape terá um tamanho médio e vai nascer com base na S10. Mas não para por aí! Além das picapes, a aliança também planeja novos hatches e SUVs compactos. E se você está pensando em números, a expectativa é de que sejam produzidos cerca de 800 mil carros por ano quando tudo estiver funcionando a mil.
Essa movimentação no setor automotivo não é uma novidade, especialmente para a GM. A verdade é que trocas e parcerias entre montadoras são mais comuns do que a gente imagina. Um exemplo famoso aqui no Brasil foi a Autolatina, que uniu a Ford e a Volkswagen nos anos 80 e 90.
Uma parceria que muitas pessoas não lembram é a que a GM teve com a japonesa Suzuki. Na época, a Suzuki vendia modelos da Chevrolet no Japão, enquanto alguns Suzuki foram comercializados como Chevrolets e Geo nos Estados Unidos, criando uma relação interessante de competição com marcas como Toyota.
Essa relação entre GM e Suzuki começou nos anos 1980, quando a GM adquiriu 5% das ações da Suzuki. Ao longo da década de 1990, essa participação cresceu, chegando a mais de 20% em 2001. Esse vínculo resultou em alguns produtos bem curiosos no mercado sul-americano, como o Suzuki Fun, muito popular na Argentina, e o Chevrolet Tracker de primeira geração, que chegou ao Brasil em 2001.
Esse Tracker era um SUV bem diferente das versões que conhecemos hoje. Ele tinha tração 4×4 e uma configuração bastante robusta, mas o preço era bem elevado para a época, chegando a R$ 61.900, um valor considerável para um mercado onde o salário mínimo era só R$ 180.
Ele tinha um pacote de equipamentos até bom, com ar-condicionado, direção assistida, e rodas de liga leve. No entanto, um ponto negativo era a falta de câmbio automático, que já era comum entre os concorrentes.
As diferenças visuais com seu gêmeo, o Suzuki Vitara, eram mínimas, ficando quase que restritas à grade frontal e aos para-choques. O resultado era que muita gente achava que o Tracker não passava de um Suzuki rebatizado. Essa situação fez com que ele destoasse bastante da linha de produtos Chevrolet da época, que era focada em modelos como o Corsa e Astra.
Na parte de motorização, o Tracker começava com um motor 2.0 turbo diesel japonês da Mazda, que entregava apenas 87 cv. Isso o tornava um carro um tanto esquisito, levando mais tempo para partir do que alguns carros 1.0. Porém, com a troca do motor por um de origem Peugeot, a situação melhorou um pouco; a potência subiu para 108 cv, mas ainda assim não foi o suficiente para deixá-lo competitivo.
Esse modelo acabou sendo um pouco esquecido, tendo suas vendas prejudicadas, até sumir do mercado brasileiro por volta de 2009. Depois disso, veio uma nova geração em 2013, que trouxe um design mais urbano e uma proposta diferente, baseada no Sonic. E agora, desde 2020, temos uma nova versão derivada do Onix, que acaba de passar por uma reestilização.
Agora, com essa nova parceria entre GM e Hyundai, só nos resta esperar para ver o que vem por aí!