Ferrari retoma direitos do nome Testarossa após disputa legal

A Ferrari acabou de conquistar uma vitória que muitos consideram preciosa: o direito sobre o icônico nome Testarossa. Essa batalha judicial se arrastou por quase uma década, mas agora, o Tribunal Geral da União Europeia finalmente decidiu a favor da famosa fabricante italiana. Essa decisão reverteu alguns veredictos anteriores que poderiam ter colocado o nome Testarossa em xeque.
A história toda começou em 2017. Naquela época, a Ferrari perdeu temporariamente os direitos sobre a marca após uma empresa alemã de brinquedos alegar que a montadora não usava o nome comercialmente há mais de cinco anos. Essa alegação até foi aceita pelas autoridades de propriedade intelectual da União Europeia, de acordo com a legislação que regula a questão por lá.
Desde então, a Ferrari não ficou parada. Em sua luta para recuperar a marca, a montadora apresentou recursos para reverter a situação. Em 2023, a primeira decisão do Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia parecia favorável ao uso do nome, mas agora o EUGC confirmou que, mesmo sem produção em massa, a Ferrari ainda utiliza a marca de diversas maneiras.
O tribunal observou que a Ferrari não deixou a marca Testarossa morrer. A montadora manteve sua presença no mercado oferecendo certificados de autenticidade, vendendo peças de reposição, licenciando produtos promocionais e até revendendo modelos antigos em sua rede de concessionárias. Para os juízes, essas atividades demonstraram um uso genuíno da marca.
Essa decisão não é relevante só para a Ferrari, mas também para outras marcas de prestígio. A ideia de que, mesmo que um produto não esteja mais em fabricação, ainda é possível manter os direitos sobre seu nome é um conceito importante. Muitas marcas históricas e de luxo se beneficiam disso, e a Ferrari é uma delas.
Um especialista no setor, Philip Carter, da Ainvest, menciona como o valor das marcas vai muito além da produção atual. Ele explica que é possível lucrar também com mercados secundários, como venda de peças e itens colecionáveis. Um exemplo interessante é a Ferrari F355 GTS que pertenceu ao famoso apresentador Jeremy Clarkson, que agora vai a leilão, mostrando que o legado da marca continua forte.
Na prática, isso significa que empresas que conseguirem explorar bem seu legado — com produtos inspirados em modelos clássicos e memorabilia — podem não só manter, mas até aumentar o valor de suas marcas, mesmo sem lançar novos modelos.
E falando em inovação, a Ferrari recentemente apresentou uma edição exclusiva da 296 Speciale, inspirada no 499P, mostrando que a marca continua a inovar, mesmo voltando às suas raízes. Isso é algo que todo apaixonado por carros percebe: a capacidade de se reinventar.