Mundo Automotivo

Gigantes automotivas desconfiam do CarPlay Ultra da Apple

O novo CarPlay Ultra da Apple chegou com tudo, numa parceria especial com a Aston Martin. A proposta? Substituir os sistemas de infotainment tradicionais e se integrar a todas as telas do carro. Mas, como em toda novidade, nem todo mundo está tão animado assim. Algumas montadoras de peso já estão mostrando resistência a essa tecnologia novinha em folha.

No início, em 2022, 14 marcas sinalizaram que iriam aderir ao sistema. Estavam nessa Acura, Audi, Ford, Honda, Mercedes-Benz, Nissan e Volvo, entre outras. Depois, Hyundai, Kia e Genesis também entraram na dança. Contudo, o fervor inicial parece ter esfriado um pouco com o passar do tempo.

De acordo com o Financial Times, grandes nomes como Audi, Mercedes-Benz, Polestar, Volvo e Renault já fizeram questão de dizer que não têm interesse na nova versão do CarPlay. O principal medo? Que a Apple passe dos limites e comece a controlar o ambiente digital dos veículos, colocando em risco a autonomia das montadoras.

Um executivo da Renault foi direto ao falar com a Apple: “Não tentem invadir nossos próprios sistemas”. É bem compreensível esse receio, uma vez que as montadoras estão de olho em preservar sua independência.

Enquanto isso, marcas como Jaguar e Land Rover ainda estão pensando no assunto. Ford, Nissan e Infiniti, por sua vez, acharam melhor não se pronunciar. E a Nissan está lidando com seus próprios problemas, como prejuízos e mudanças na gestão.

Essa resistência não é nenhuma novidade. Para as montadoras, o software que vem embarcado nos carros é visto como uma fonte estratégica de lucro. Para eles, ter controle total sobre a experiência do usuário a bordo é fundamental, especialmente quando se fala em serviços por assinatura.

Por outro lado, a Audi já deixou claro que não vai deixar de lado o CarPlay tradicional. A BMW, na mesma linha, também confirmou que manterá a versão padrão nos veículos futuros. Para algumas marcas, essa diferenciação pode estar ligada à maneira como gerenciam seus investimentos e se comunicam com governos. No caso da Volkswagen, isso é bem visível.

Simon Middleton, da McKinsey, aponta que as montadoras premium têm um desafio enorme: se destacar em um mercado que já parece ter chegado ao seu limite. E, de acordo com ele, ter controle sobre os sistemas dos carros pode ser chave nessa disputa acirrada.

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