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Ford lanza nos EUA linha de elétricos acessíveis com nova plataforma

Imagine a Ford decidida a mudar não só a tecnologia dos carros, mas também a forma como eles são produzidos, para tornar veículos mais acessíveis. Essa pegada inovadora ecoa o espírito de Henry Ford com seu icônico Modelo T, e, pasmem, até logo da época está sendo revitalizado.

Em 2027, a Ford vai lançar uma nova linha global de veículos elétricos que promete preços mais camaradas. A estrela inicial será uma picape média de quatro portas, com um preço que deve começar em torno de US$ 30 mil (aproximadamente R$ 165 mil). O anúncio veio na última segunda-feira em Louisville, Kentucky, junto a um investimento robusto de US$ 5 bilhões. Essa grana vai garantir produção local de baterias e quase 4 mil empregos nos Estados Unidos.

A jogada visa combater a feroz concorrência dos elétricos chineses, como os da BYD, que atualmente produzem veículos a preços bem mais baixos do que as montadoras ocidentais. Embora as marcas chinesas ainda não estejam disponíveis oficialmente nos EUA, o presidente da Ford, Jim Farley, já deixou claro que as empresas chinesas estão estabelecendo um novo padrão que todos devem seguir.

No ano passado, Farley importou um Xiaomi SU7 e rolou por seis meses nos Estados Unidos, elogiando o carro como “fantástico” e confessando que não conseguiu se desfazer dele.

Uma Equipe Especializada

A nova linha de elétricos da Ford está sendo desenvolvida por uma equipe independente na Califórnia, composta por ex-funcionários da Tesla e Rivian. O projeto é tão exclusivo que, no início, até o crachá do Farley não tinha acesso ao prédio! Essa equipe operou em um formato ágil e altamente especializado, chamada “skunkworks”.

Farley ressaltou a importância dessa abordagem: “Já vimos muitas tentativas frustradas de montadoras de Detroit em criar veículos acessíveis. Precisamos construir um negócio sustentável e rentável”, disse ele.

Atualmente, a Ford tem três modelos elétricos vendidos nos EUA: o SUV Mustang Mach-E, a van E-Transit e a picape F-150 Lightning. Porém, as vendas desses carros caíram 12% no primeiro semestre do ano, enquanto os híbridos cresceram 27%. Além disso, os planos para novas gerações dos elétricos foram adiados para 2028, após prejuízos que chegaram a quase US$ 10 bilhões na divisão de veículos elétricos e software entre 2023 e 2024.

O Coração do Projeto

Todo esse movimento gira em torno da nova Plataforma Universal de EVs da Ford. Eles até estão resgatando o slogan “O Carro Universal” e um logotipo triangular de 1910! Essa plataforma tem como objetivo fabricar em grande escala veículos elétricos acessíveis e tecnologicamente avançados. As atualizações serão remotas ao longo da vida útil do carro, o que é uma mão na roda.

Essa nova arquitetura promete trazer um aumento de 15% na velocidade de produção e uma redução de 20% no número de peças. Isso significa menos peças soltas e uma montagem mais como uma dança fluida. Para se ter uma ideia, o chicote elétrico será 1,3 km mais curto e 10 kg mais leve do que em outros modelos.

As baterias prismáticas da nova linha, que dispensam cobalto e níquel, vão atuar como o assoalho do carro, melhorando a dirigibilidade e liberando mais espaço interno.

Modernização na Montagem

A Ford também vai adotar um Sistema de Produção Universal de EVs, que tira a linha de montagem do tradicional e a transforma em uma estrutura em formato “árvore”. Assim, os módulos são montados em paralelo e juntos no final. Esse método é mais eficiente, como se cada seção de montagem fosse um galho que, ao final, se une em um tronco.

A montagem é otimizada com kits que chegam já com as peças e ferramentas prontinhas para uso. Essa ergonomia deve permitir que a montagem da nova picape seja até 40% mais rápida do que nos modelos atuais da planta de Louisville.

Voltando às Raízes

O diretor de EVs da Ford, Doug Field, se inspirou no Modelo T, que revolucionou o transporte no início do século XX. O novo elétrico procura ser simples, robusto e acessível, mas sem deixar o prazer de dirigir de lado. A picape promete acelerações que rivalizam com as do Mustang EcoBoost, chegando de 0 a 100 km/h em menos de seis segundos e oferecendo um interior espaçoso, além da tradicional caçamba.

O projeto também conta com incentivos do estado de Kentucky, além de um aumento de 4.800 m² na fábrica de Louisville, onde devem começar a produzir as novas baterias LFP no próximo ano.

No total, os investimentos chegam a cerca de US$ 5 bilhões, prevendo a geração de quase 4 mil empregos e um reforço na cadeia de fornecedores norte-americanos.

A expectativa é alta! Com a renovação do nome “Ranchero” para essa nova picape, estamos ansiosos para ver como a Ford vai resgatar a essência de um clássico, trazendo inovação e acessibilidade aos motoristas. As especificações detalhadas da picape, como a autonomia e tempos de recarga, devem ser divulgadas em breve.

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