Mundo Automotivo

Nova gasolina com mais etanol entra em vigor; entenda as mudanças

Nesta sexta-feira, dia 1º de agosto, começa a valer uma mudança importante para quem abastece no Brasil: os novos percentuais de mistura obrigatória de biocombustíveis nos combustíveis. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu elevar o teor de etanol anidro na gasolina comum de 27% para 30%. Para o diesel, a mistura com biodiesel passa de 14% para 15%.

Agora, você deve estar se perguntando: como isso impacta a gente, motorista? O governo acredita que essa nova fórmula pode reduzir o preço da gasolina em até R$ 0,11 por litro. Já em relação ao diesel, a expectativa é que o efeito no preço fique neutro de imediato, mas há uma aposta em melhorias a longo prazo, como uma menor dependência de importações e o incentivo à produção nacional.

E não é só uma questão de economia; essa mudança também refere-se ao meio ambiente. O etanol e o biodiesel são renováveis, e segundo o governo, ajudam a diminuir as emissões de CO₂. Para quem está na estrada, isso significa que os gases emitidos na queima dos combustíveis podem ser reabsorvidos pelo cultivo de cana-de-açúcar e soja, fechando um ciclo que, teoricamente, é bom para o planeta.

Governo busca independência das importações

Essas novas exigências estão inseridas no programa Combustível do Futuro, que foi apresentado em 2023. A decisão foi tomada em uma reunião extraordinária do CNPE, que teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse encontro não foi apenas uma formalidade: ele foi influenciado pelo cenário internacional, onde os conflitos no Oriente Médio estão afetando os preços do petróleo.

Com biocombustíveis sendo produzidos internalmente, o governo defende que o Brasil ganha mais resistência contra as oscilações de mercado, especialmente quando o petróleo sobe. Além disso, o fortalecimento da cadeia produtiva de etanol e biodiesel pode gerar mais empregos e atrair investimentos para o setor.

Opiniões divididas no setor

Apesar do consenso entre os ministérios, a medida não é unanimidade entre especialistas e atores do setor automobilístico. Por exemplo, o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) afirma que a mistura E30 é viável para nossa frota de veículos leves. Porém, eles também apontam que podem haver restrições de desempenho em algumas motos que não são flex.

A Abraciclo, que representa os fabricantes de motocicletas, encontrou dificuldades em testes com essa nova mistura, especialmente em modelos não flex, mas ainda assim expressou apoio à ideia de aumentar o teor de etanol na gasolina.

O setor de transporte também levanta preocupações. Transportadoras temem que a elevação de 1 ponto percentual na mistura do biodiesel possa causar problemas como entupimento de filtros e aumento de consumo — especialmente em regiões mais frias, onde o biodiesel pode cristalizar.

O Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) alerta para o aumento nos custos de manutenção, já que o biodiesel tem uma menor estabilidade e tende a absorver mais água.

É uma série de novas nuances no mundo da movimentação automotiva, e para motoristas como nós, é sempre bom estar por dentro das mudanças que podem afetar nosso bolso e a saúde do carro na estrada.

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