Vale (VALE3) registra lucro de US$ 2,12 bi no 2º trimestre

A Vale (VALE3) divulgou nesta quinta-feira, 31 de agosto de 2025, seus resultados financeiros do segundo trimestre do ano. A mineradora registrou um lucro líquido de US$ 2,12 bilhões, que é atribuível a seus acionistas. Esse valor representa uma queda de 24% em relação ao mesmo período do ano passado.
A empresa também anunciou um pagamento de R$ 1,90 por ação em juros sobre capital próprio. Este montante de distribuição de dividendos é significativo para os acionistas.
As previsões do mercado, baseadas na análise da LSEG, apontavam para um lucro de R$ 1,438 bilhão, o que estava abaixo do que a Vale efetivamente apresentou. No trimestre anterior, o desempenho financeiro da mineradora já havia ficado abaixo das expectativas, o que motivou os analistas a ajustar suas previsões para valores mais conservadores.
A receita líquida da Vale no segundo trimestre foi de US$ 8,8 bilhões, uma queda de 11% em comparação com o ano anterior. As expectativas da LSEG eram de que a receita chegasse a US$ 8,81 bilhões, valor que estava em linha com o que a empresa reportou. O EBITDA ajustado proforma, que mede o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, foi de US$ 3,4 bilhões, com uma redução de 14%. No entanto, esse resultado superou a projeção de US$ 3,32 bilhões.
A Vale explicou que o uso do EBITDA proforma se dá pela ausência de itens não recorrentes, além de que o EBITDA ajustado é utilizado para o cálculo dos dividendos. A mineradora destacou que os segmentos de cobre e níquel apresentaram um bom desempenho, ajudando a mitigar as perdas causadas pela queda nos preços das commodities.
O preço médio do minério de ferro nos últimos três meses foi de US$ 85,1 por tonelada, o que representa uma redução de 6% em relação ao trimestre anterior e de 13% comparado ao mesmo período do ano passado. Essa queda nos preços está alinhada com a tendência de baixa observada no mercado global de minério de ferro.
Os custos operacionais também mostraram variações. Os custos all-in para a extração do minério de ferro ficaram em US$ 55,3 por tonelada, o que significa uma queda de 10%. Para o cobre, os custos foram reduzidos em 60%, alcançando US$ 1.450 por tonelada, enquanto o níquel teve uma diminuição de 30%, com custo de US$ 12.396 por tonelada.
Em relação ao guidance (orientações) dos custos all-in do cobre, a Vale revisou suas expectativas, agora indicando uma faixa entre US$ 1.500 e US$ 2.000 por tonelada, numa melhoria significativa em relação à previsão anterior, que estava entre US$ 2.800 e US$ 3.300 por tonelada. Essa mudança se deve a um desempenho operacional mais robusto e a preços de ouro que superaram as expectativas.
No que tange à operação, a companhia informou uma melhora nas vendas de cobre e níquel, com aumentos de 17% e 21%, respectivamente. No entanto, os embarques de minério de ferro caíram 3%, alinhados à estratégia da Vale para otimização de seu portfólio.
A dívida líquida expandida da empresa atingiu US$ 17,4 bilhões no dia 30 de junho, mostrando uma redução de US$ 0,8 bilhão em relação ao trimestre anterior. A Vale projetou que essa dívida deve permanecer entre US$ 10 a 20 bilhões, e quanto menor for a dívida, maiores as chances de distribuição de dividendos extraordinários aos acionistas.
Entre os destaques operacionais do trimestre, a empresa mencionou o primeiro embarque do projeto Capanema, que acaba de ser finalizado. Essa nova expansão deve contribuir para o cumprimento da meta de produção da Vale para o ano de 2025.
Finalmente, a mineradora relatou progresso no programa de reparações da Samarco, com investimentos realizados totalizando R$ 60 bilhões até o final de junho. Sobre o Acordo de Reparação Integral de Brumadinho, a Vale revelou que aproximadamente 77% dos compromissos acordados já foram cumpridos até o segundo trimestre de 2025, e que R$ 3,9 bilhões já foram pagos em indenizações individuais desde 2019.