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Antiga moeda de ouro da rainha do Egito é descoberta em Jerusalém

Arqueólogos em Jerusalém fizeram uma descoberta incrível: uma moeda de ouro em miniatura que retrata a rainha egípcia Berenice II. Essa moeda, com cerca de 2.200 anos, foi cunhada durante o reinado de Ptolomeu III, marido da rainha. O achado foi confirmado pela Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA), que acredita que a moeda venha de Alexandria e foi feita há aproximadamente 2.270 anos.

O que torna essa moeda tão especial? Apenas 17 outras moedas semelhantes foram encontradas no último século, e essa é a primeira registrada fora do Egito, em uma escavação oficial.

Local do achado

A moeda foi desenterrada na Cidade de Davi, em Jerusalém Oriental, um lugar histórico que abriga antigas ruínas. O achado ocorreu em uma área chamada Estacionamento Givati, onde Rivka Langler tem trabalhado nos últimos dois anos.

Rivka compartilhou como foi a descoberta: “Estava vasculhando o solo quando vi algo brilhante. No começo, não acreditei, mas em segundos eu estava correndo animada pelo lugar.”

Detalhes da moeda

Um dos lados da moeda mostra o retrato de Berenice II, com sua tiara, véu e um colar. No outro lado, há uma cornucópia com duas estrelas ao redor. A inscrição em grego “Basileisses” significa “da Rainha”, reforçando a importância política da figura. Isso sugere que Berenice não era apenas uma consorte, mas também uma governante com poder.

Quem foi Berenice II

Berenice II foi esposa de Ptolomeu III, que governou entre 246 e 221 a.C. Antes de se casar, ela reinava sobre Kirinyaka, no que hoje é o leste da Líbia. Quando se casou, Berenice viu sua terra se unir ao rico e vasto reino ptolomaico. Durante as campanhas militares do marido na Síria, ela assumiu a regência do Egito, consolidando ainda mais seu papel de liderança.

Moedas e poder

As rainhas da dinastia ptolomaica muitas vezes eram retratadas em moedas, mas não sempre. Um exemplo famoso é Cleópatra VII, filha de Ptolomeu XII. A descoberta dessa moeda sugere que Berenice já exercia grande influência no século III a.C., ajudando a entender como mulheres dessa dinastia também desempenhavam papéis centrais.

Significado para Jerusalém

Ainda não se sabe como a moeda chegou a Jerusalém, mas os arqueólogos ressaltam seu valor histórico. Yiftah Shalev explica que, após a destruição do Primeiro Templo em 586 a.C., Jerusalém era vista como uma cidade marginal. “Mas a moeda sugere que a cidade pode ter se fortalecido durante o período persa e sob o domínio ptolomaico”, comenta Shalev.

Reforço do prestígio

Yuval Gadot, da Universidade de Tel Aviv, enfatiza que essa descoberta mostra que a elite de Jerusalém mantinha laços com governantes egípcios. “A moeda indica que Jerusalém era uma cidade importante”, afirma. Essa conexão revela que a cidade tinha relações políticas, culturais e econômicas mais amplas do que se pensava, reforçando a ideia de que não ficou isolada após guerras e destruições.

Um tesouro raro

“É uma moeda deslumbrante”, disse Robert Kool, chefe de numismática da IAA. Ele lembrou que somente 17 moedas desse tipo foram documentadas em cem anos. O fato de ter sido encontrada em escavações oficiais aumenta ainda mais seu valor para a pesquisa histórica.

A moeda de ouro com o retrato de Berenice II conecta várias histórias: de um lado, representa o poder feminino no Egito helenístico; do outro, revela a importância de Jerusalém em um período de reconstrução. Pequena em tamanho, mas enorme em significado, ela une a trajetória de uma rainha forte e a de uma cidade que se reerguia como um centro estratégico no mundo antigo.

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