Volkswagen garante que novos elétricos terão design convencional

Na última década, a Volkswagen passou por um verdadeiro turbilhão, especialmente depois do famoso escândalo do dieselgate. A montadora percebeu que precisava urgentemente mudar sua imagem e mostrar ao mundo que um novo capítulo estava por vir. Foi assim que surgiu a linha ID, focada em elétricos. Embora cheia de tecnologia, esses veículos não conseguiram conquistar o coração do público como esperavam.
A ideia era grandiosa: abandonar ícones como Golf e Passat em favor de nomes futuristas que representassem uma nova era para a marca. No entanto, os engenheiros da Volkswagen logo perceberam que deixar de lado suas tradições era perder a essência que os destacava no mercado. No final das contas, a relação com os consumidores mais fiel aos históricos nomes é aquilo que muitos ainda valorizam.
Quase dez anos após o lançamento do primeiro modelo da linha ID, a Volkswagen decidiu mudar de estratégia. O foco agora é criar carros mais “simpáticos”, que voltem a se conectar com os motoristas. Um exemplo é o novo ID.Polo, que já faz parte dessa reviravolta.
Em uma conversa descontraída com a revista Auto Motor und Sport, o chefe de design, Andreas Mindt, comentou que a fase de estranhamento já ficou para trás. Ele enfatizou a importância de a Volkswagen desenvolver veículos que realmente “pareçam carros”. Afinal, quem não quer dirigir algo que transmita prazer e, ao mesmo tempo, mantenha a familiaridade?
Mindt ainda fez uma crítica interessante ao design dos modelos mais antigos. Ele se referiu aos projetos que lembravam “geladeiras retrofuturistas”, capazes de sacrificar a ergonomia em nome da boa aparência. Um caso emblemático foi o capô curto e o para-brisa inclinado, que na teoria deveriam esconder a falta de um motor a combustão, mas acabaram causando superaquecimento e drenagem excessiva da bateria. Foi um aprendizado, sem dúvida.
A Volkswagen está em busca de mais do que estética; quer reconquistar a empatia com os consumidores. Mindt comparou a marca a outras montadoras, como Porsche e Lamborghini, ressaltando que a Volkswagen pode ser a opção mais “simpática” do mercado. Com isso, os modelos devem ter um design mais próximo das pessoas, fugindo daquela imagem de eletrodoméstico sobre rodas que a linha ID adquirira.
Outro ponto importante: a montadora deve deixar para trás a sigla “ID” e voltar a usar nomes que as pessoas reconheçam com facilidade. Essa mudança não só facilita a identificação, mas também ajuda a criar uma conexão emocional. E quem não se lembra da simpatia do Fusca? Foi isso que o tornou um verdadeiro ícone mundial. A nova ID.Buzz até conseguiu flertar com essa ideia, mas o preço elevado a afastou do público. Agora, a missão é equilibrar preço, identidade e carisma em sua nova geração de elétricos.
Vamos acompanhar essa jornada da Volkswagen e ver se realmente conseguem acertar a mão ao unir todas essas qualidades em um só carro. Afinal, todos nós queremos um pouco mais de charm no caminho!