Blame em Tempos de Tragédia: Discussões sobre o Governo e Desastres Naturais nos EUA
Na última segunda-feira, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, defendeu a necessidade de não atribuir rapidamente a culpa ao governo durante situações de tragédia, como as recentes inundações mortais no Texas. Em sua fala, Leavitt se posicionou contra a politização de desastres naturais, enfatizando que essa não é a hora para jogos políticos.
Ela criticou certos líderes democratas que tentaram relacionar as inundações às reduções de orçamento feitas pelo governo Trump no Serviço Nacional de Meteorologia. Leavitt descreveu tais comentários como "depravações e despicáveis", especialmente considerando que muitos americanos estavam sofrendo pela perda de seus entes queridos.
No entanto, é válido ressaltar que, menos de 24 horas antes das declarações de Leavitt, o próprio Donald Trump, ex-presidente dos EUA, também fazia críticas. Ele insinuou que a situação das inundações era resultado de decisões tomadas pela administração Biden, chamando isso de "configuração" que havia levado à calamidade. Trump rapidamente fez questão de esclarecer que não estava culpando Biden diretamente, embora essa insinuação de responsabilidade fosse clara.
Essas discussões ressaltam um padrão no comportamento de Trump; quando enfrenta crises, sua tendência é buscar um culpado, frequentemente direcionando seu foco para a administração anterior. Historicamente, em situações adversas, incluindo tragédias, ele tem rapidamente apontado o dedo para seus sucessores.
Um exemplo marcante aconteceu em janeiro, após um trágico acidente com um helicóptero que resultou na morte de 67 pessoas. Na ocasião, Trump responsabilizou a administração Biden, sem evidências que sustentassem tais afirmações.
Além disso, em várias situações de crise, como queda da bolsa ou problemas de controle de tráfego aéreo, Trump tem repetidamente indicado que as falhas eram de responsabilidade de Biden. Ele tem argumentado que a falta de modernização em sistemas críticos, como o controle de tráfego, é uma falha que remonta à administração atual, mesmo que essa questão seja complexa e envolva falhas de governos passados.
Essas declarações e tentativas de deslocar a culpa são frequentes, não apenas em relação a desastres naturais, mas também em questões como a economia e crises diplomáticas, como a situação na Ucrânia. Trump costuma se distanciar de qualquer responsabilidade pessoal por eventos negativos, repetindo que as políticas de Biden são a causa de problemas atuais.
Em momentos de escândalo, como no caso do uso de um aplicativo não seguro para discutir informações militares sensíveis, Trump chegou a sugerir que Biden deveria ter tomado ações antes para evitar danos.
Esses comportamentos e retóricas evidenciam uma dinâmica política intensa, onde tragédias e crises são utilizadas como palcos para debates partidários, frequentemente em detrimento da empatia e respeito às vítimas. A responsabilidade política e suas implicações continuam a ser um tópico debatido de forma acalorada nos Estados Unidos.
