Ressaca afeta orla do Rio nesta quarta; dicas de proteção

Na terça-feira, 29 de julho, uma forte ressaca atingiu as praias do Rio de Janeiro e de outros municípios do litoral fluminense. A Marinha emitiu um alerta, informando que as ondas poderiam alcançar alturas superiores a quatro metros e que a ressaca continuaria a impactar a região nesta quarta-feira, dia 30, mas com tendência de diminuição a partir de quinta-feira, dia 31. O alerta da Marinha permanece válido até as 21h de quinta-feira.
As comunidades afetadas incluem o Leblon, localizado na Zona Sul do Rio, onde a força das ondas causou significativos danos. As águas danificaram portões de prédios, arrastaram caçambas de lixo e deslocaram veículos e equipamentos de ginástica que estavam à beira-mar. De acordo com especialistas, essa situação não era vista há pelo menos dez anos.
Por precaução, a Avenida Delfim Moreira foi interditada às 15h e permaneceu fechada até a noite, por volta das 22h, para evitar novos danos e permitir que os garis realizassem a remoção da areia acumulada nas pistas. Os quiosques do Leblon também adotaram medidas de segurança, fechando suas operações para evitar prejuízos. O quiosque “Pato com Laranja”, localizado no Posto 11, não abriu suas portas, seguindo uma decisão do proprietário, Pedro Tinoco, que se preparou para a ressaca após perdas sofridas em eventos similares no passado.
Os proprietários dos quiosques retiraram móveis, desarmaram disjuntores para prevenir curtos-circuitos e remanejaram os estoques para outros locais. Enquanto isso, cerca de 30 garis, com o apoio de equipamentos como pá mecânica e caminhão basculante, continuaram a limpar a areia da Avenida e a devolver o material à praia.
A mudança no tempo, que incluiu ventos fortes, levou ao fechamento da Ciclovia Tim Maia, no trecho entre São Conrado e Vidigal, como uma medida de segurança. O alerta sonoro foi acionado para avisar os ciclistas sobre o risco das ondas. Apenas a parte da pista entre Vidigal e Leblon, mais afastada do mar, permaneceu aberta.
Segundo meteorologistas, a ressaca foi causada por um ciclone extratropical que se formou com a chegada de uma frente fria. As temperaturas variaram, com um máximo de 27ºC durante a manhã e mínimas de 12ºC à noite. Hoje, a máxima prevista é de 22ºC. O alerta de ressaca vai até as 21h de amanhã.
Um especialista em engenharia costeira explicou que ressacas dessa intensidade costumam ocorrer a cada dez anos, mas alguns fatores ajudaram a evitar que essa fosse mais severa. Ele destacou que a atual fase da lua não favorece marés altas. No entanto, questionou as políticas públicas que, ao longo de décadas, resultaram na perda de areia nas praias de Ipanema e Leblon, o que piora a situação em momentos de ressaca.
Além do Leblon, outras áreas do Rio também enfrentaram os efeitos das ondas. Em Barra de Guaratiba, testemunhas relataram que as ondas invadiram os quiosques, uma mureta e até deslocaram ônibus. Em Niterói, na Praia de Itacoatiara, doze praticantes de canoa havaiana foram arrastados pelos ventos e precisaram ser resgatados pelos bombeiros. Em Maricá, a Defesa Civil interditou mirantes devido à força das ondas.
As medidas de segurança e a solidariedade entre os envolvidos foram essenciais para minimizar os danos e proteger a população durante esse fenômeno natural.