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O que aconteceu com a marca Hinode e suas polêmicas?

A Hinode, uma empresa brasileira de marketing multinível, teve um dos maiores ciclos de crescimento da última década no Brasil. Entre 2014 e 2018, chegou a contar com mais de 850 mil vendedores ativos. Porém, surgiram acusações de pirâmide financeira, investigações do Ministério Público e uma queda no faturamento que afetaram a empresa. Agora, a Hinode está tentando se reerguer, focando em uma reformulação estrutural e em investimentos em tecnologia.

Nossa história com a Hinode começa em 1988, quando Francisco e Adelaide Rodrigues decidiram produzir perfumes na garagem de casa. O verdadeiro impulso veio em 2008, quando o filho do casal, Sandro Rodrigues, apostou no marketing multinível. Essa estratégia fez a empresa crescer rapidamente, atraindo pessoas com a promessa de altos ganhos como revendedores.

A partir de 2011, a Hinode adotou estratégias bem agressivas para se expandir. Eles começaram a fazer eventos com celebridades, convenções em grandes estádios e a reconhecer os vendedores mais destacados. Em 2018, o faturamento chegou a impressionantes R$ 2,7 bilhões, consolidando uma rede de franquias e consultores pelo Brasil.

Polêmicas abalaram a confiança de vendedores e consumidores

Apesar do sucesso, o modelo de negócios enfrentou críticas. Muitos ex-vendedores disseram que a empresa começou a focar mais na captação de novos consultores do que na venda de produtos, algo que deixou o público preocupado, parecendo um esquema de pirâmide financeira. Essa mudança de foco trouxe investigações do Ministério Público e prejudicou a reputação da marca.

A Hinode sempre argumentou que sua operação é legal e que se sustenta por vendas de produtos, além das comissões geradas pelas equipes formadas. No entanto, não foi suficiente. O número de vendedores caiu consideravelmente e o portfólio de produtos passou de mais de 600 para somente 345 itens em 2020.

Em resposta às críticas, a Hinode começou a fazer ajustes internos. A empresa automatizou processos, reduziu o número de funcionários e modernizou a gestão. Essas mudanças visam mostrar que eles estão comprometidos com a sustentabilidade do negócio e com o aperfeiçoamento dos consultores.

Nova fase aposta na geração Z e na expansão internacional

Para se reconectar com o público, a empresa começou a focar a comunicação em jovens consumidores, especialmente da geração Z. Um passo importante nessa direção foi o lançamento da linha de perfumes Vibes, em 2024, com estratégias voltadas para redes sociais como o TikTok.

Além disso, a Hinode está se aventurando internacionalmente, operando sob o nome Hinode Group em países como México, Colômbia, Peru e Chile. O objetivo é usar o conhecimento acumulado no Brasil para conquistar novos mercados na América Latina e também aumentar a base de revendedores fora do país.

Ainda assim, a realidade é desafiadora. O número de revendedores caiu para cerca de 600 mil em 2023, e a receita caiu para R$ 750 milhões no mesmo ano. Apesar disso, a empresa se mantém como um dos principais nomes do setor de vendas diretas no Brasil.

Reconhecimento institucional e defesa do modelo de negócio

A Hinode afirma que seus produtos são reais e de qualidade, distantes de esquemas de pirâmide que não vendem produtos concretos. O investimento inicial para novos consultores é através da compra de produtos para revenda e não por taxas de entrada ou promessas vazias.

A empresa já recebeu reconhecimento de organizações como a ABPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), sendo até nomeada como a empresa do ano em 2016, o que ajuda a legitimar sua atuação no setor.

Em um extenso vídeo, resgatando a história da empresa, foram compartilhados dados de faturamento, depoimentos e as diversas mudanças enfrentadas ao longo dos anos. Mesmo com as dificuldades, a Hinode continua a operar, com centenas de franquias, milhares de vendedores e um catálogo que agora prioriza produtos com maior rentabilidade. A empresa acredita que a reestruturação, junto com a transparência e inovação, será essencial para reconquistar a confiança do mercado e de seus consultores.

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