Mônaco cria nova ilha de US$ 2 bilhões com vista para a F1

O Principado de Mônaco acaba de completar um dos projetos mais ousados e caros da Europa: o Mareterra, também conhecido como Le Portier. Esse novo bairro foi construído sobre o mar Mediterrâneo e promete trazer um novo padrão de luxo e sustentabilidade à costa de Monte Carlo.
Com as obras iniciadas em 2018 e a inauguração programada para o final de 2024, o Mareterra exigiu um investimento de cerca de US$ 2 bilhões. Localizado ao lado do túnel que faz parte do famoso Grande Prêmio de Fórmula 1 de Mônaco, o novo empreendimento apresenta apartamentos e coberturas de alto padrão, além de contar com 200 estações de recarga para veículos elétricos e 800 árvores, tudo pensado para respeitar o meio ambiente.
De um mar vazio a uma ilha milionária
Quando as obras começaram, em 2018, a área onde hoje está o Mareterra era apenas um espaço azul no mapa, quase sem movimento. Nos bastidores, guindastes realizavam operações de dragagem, mas em poucos anos, esse local se transformou em um verdadeiro endereço de prestígio.
As construções oficializadas em julho de 2019 avançaram rapidamente, impressionando pela agilidade em um país tão pequeno — Mônaco tem apenas 2,1 km², menor que o Central Park em Nova York. O projeto, chamado de Mareterra (que significa “terra do mar”), ampliou a área do Principado em cerca de 6 hectares, resultado do trabalho em um território recuperado do oceano.
Por que construir uma ilha?
Mônaco, conhecido como um paraíso fiscal com isenção de impostos sobre a renda, atrai milionários e celebridades do mundo todo, especialmente do automobilismo. Nomes como Fernando Alonso, Lewis Hamilton e Charles Leclerc têm lares lá, fazendo com que a demanda por espaço seja cada vez maior.
Como é o segundo menor país do mundo, só perde para o Vaticano, Mônaco já não tinha muitos terrenos disponíveis. Por isso, o governo decidiu que era hora de criar um novo espaço, literalmente.
Um urbanista que trabalha no projeto disse que “Mareterra é uma resposta à falta de espaço físico. O luxo aqui é o território”.
Vendas antecipadas e lucros garantidos
Embora o investimento seja enorme, o retorno deve chegar em breve. Grande parte dos imóveis foi vendida ainda na planta, e os preços variam entre US$ 40 mil a US$ 100 mil por metro quadrado. Isso coloca o Mareterra entre os lugares mais caros do mundo.
Os empreendimentos incluem penthouses com vista para o circuito de F1, marinas particulares e passarelas exclusivas para pedestres.
Um projeto de luxo com discurso sustentável
O novo bairro não é apenas um centro de ostentação, mas também aposta em sustentabilidade. Com as 200 estações de recarga espalhadas por garagens e vias, o projeto também prevê o reaproveitamento de água do mar e tecnologias para reduzir as emissões de carbono durante a construção.
Além disso, foram plantadas 800 árvores e milhares de plantas nativas, criando barreiras acústicas naturais e áreas verdes, essenciais para amenizar a temperatura em meio ao concreto de Mônaco.
O último terreno de Mônaco
A localização cuidadosamente escolhida do Mareterra, junto ao túnel do GP de Mônaco, foi uma decisão estratégica. Outra opção seria a área do Port Hercules, onde estão os iates mais luxuosos do mundo. Mudar a disposição desses barcos seria inviável, então a solução foi expandir o país pelo mar, um feito inédito de engenharia, fazendo de Mônaco o primeiro microestado europeu a crescer fisicamente neste século.
Do vazio ao luxo absoluto
As imagens que mostram a transformação do local são impressionantes. De um mar deserto a um bairro completo, com ruas, marinas, praças e edifícios projetados por renomados arquitetos.
Para muitos, o Mareterra é a essência de Mônaco: um país que ultrapassa limites físicos em busca de luxo, inovação e oportunidades de investimento. Um analista do mercado europeu resumiu bem a situação: “Em Mônaco, até o mar virou uma oportunidade imobiliária.”