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Casal de hackers brasileiros que roubou R$ 7,8 milhões em criptomoedas tem habeas corpus negado

Um casal de hackers, sob investigação da Polícia Federal no âmbito da Operação CryptoScam, teve o pedido de habeas corpus negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão foi tomada pelo ministro Carlos Cini no dia 17 de outubro, após análise de informações fornecidas pelo Ministério Público Federal.

Os hackers são acusados de roubar aproximadamente US$ 1,4 milhão em criptomoedas, o que equivale a cerca de R$ 7,8 milhões, de um residente em Singapura. A investigação apura se o casal faz parte de um dos mais antigos grupos hackers em atividade no Brasil. Por enquanto, não houve informações sobre apreensões realizadas pelas autoridades.

A investigação vai além da CryptoScam; o casal também está sendo monitorado em relação a outra operação chamada Pharming. Essa segunda investigação está conectada a um ataque realizado à Caixa Econômica Federal, que resultou na subtração de fundos da Prefeitura de Montes Claros, em Minas Gerais, no ano de 2020.

De acordo com o tribunal, a negativa do habeas corpus se deve à capacidade do casal de ocultar provas e dissipar bens adquiridos através das atividades ilícitas. A decisão ressalta que o uso de criptomoedas e outras transações financeiras online pode facilitar a destruição de evidências e dificultar a recuperação de ativos relacionados ao crime. O tribunal destacou que essa possibilidade de eliminar provas contribui para a necessidade da prisão dos acusados.

A Operação CryptoScam iniciou depois que a polícia de Singapura denunciou o casal por acessos não autorizados a uma carteira de criptomoedas, levando ao roubo dos fundos mencionados. As transferências ilegais ocorreram entre os dias 8 e 18 de janeiro de 2024 e foram atribuídas a uma organização criminosa com atuação internacional.

Entre 2020 e 2024, o casal movimentou mais de R$ 10,5 milhões através de uma empresa de fachada, levantando suspeitas das autoridades, uma vez que não tinham registros de empregos formais que justificassem tal movimentação financeira. Além disso, eles supostamente utilizavam contatos pessoais, incluindo familiares, para facilitar suas ações criminosas.

Em uma investigação anterior, a 2ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte já havia autorizado a operação Pharming, que focou no casal em função de fraudes que ocorreram na conta da Prefeitua de Montes Claros.

Com todas essas informações analisadas, o ministro do STJ decidiu que não havia justificativa para aceitar o pedido de habeas corpus, mantendo o casal sob a supervisão da justiça enquanto as investigações continuam.

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