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Caminho na Suécia revela 20 mil moedas de prata medievais

Em outubro de 2025, um morador de Estocolmo, na Suécia, viveu uma cena digna de filme. Enquanto cavava a terra em busca de minhocas para a pesca, ele se deparou com um pequeno caldeirão de cobre. O que havia dentro dele parecia algo de outro mundo: milhares de moedas de prata, reluzindo após quase mil anos enterradas. A descoberta foi confirmada pela Autoridade de Patrimônio Nacional da Suécia e rapidamente ganhou destaque na mídia.

Os arqueólogos ficaram realmente impressionados ao ver que o caldeirão continha uma estimativa inicial de 20 mil moedas medievais, datadas do século XII, um período emblemático da história sueca sob o reinado de Knut Eriksson. Essa descoberta foi classificada como uma das maiores já encontradas na Escandinávia.

O tesouro medieval escondido sob o solo escandinavo

De acordo com especialistas do Stockholm County Administrative Board, as moedas são conhecidas como “Kanutus”, cunhadas durante o governo de Knut I Eriksson, que governou entre 1167 e 1196. Elas estavam meticulosamente guardadas no caldeirão, que pesa cerca de 6 kg, o que sugere que o tesouro foi enterrado de forma intencional. Essa prática pode ter sido uma estratégia para proteger riquezas durante conflitos ou invasões.

A localização do achado, perto da cidade de Täby, é historicamente significativa, conectada a antigas rotas comerciais dos vikings. Os arqueólogos acreditam que o proprietário original pode ter sido um comerciante ou um nobre local que nunca teve a chance de voltar para buscar sua fortuna. As moedas são decoradas com inscrições e brasões, que prometem novas pistas sobre comércio e estruturas de poder da época.

Um achado que pode valer até US$ 6 milhões

Embora o valor do metal em si não seja tão impressionante — cerca de 6 kg de prata são estimados em apenas US$ 6 mil —, o que realmente importa aqui é o valor histórico e colecionável. Moedas bem preservadas desse período podem valer entre US$ 200 e US$ 1.000 cada em leilões. Já algumas raridades podem atingir dezenas de milhares de dólares. Assim, os especialistas afirmam que o tesouro pode chegar a impressionantes US$ 6 milhões no mercado de numismática.

O papel do acaso na arqueologia moderna

Casos como o desse morador mostram como o acaso ainda é fundamental em grandes descobertas arqueológicas. Inicialmente, ele pensou que tinha encontrado latas enferrujadas, mas ao perceber o valor do que havia encontrado, notificou imediatamente as autoridades locais, como manda a lei sueca.

Após a pesquisa inicial, os objetos foram levados para o Museu Histórico Nacional de Estocolmo, onde passarão por processos de limpeza e catalogação. As moedas serão estudadas a fundo para entender melhor sua origem e características.

Um retrato de uma era perdida

A descoberta das moedas do reinado de Knut Eriksson oferece uma visão única de um período em que a Suécia estava em um momento de definição de sua identidade política e econômica. Muitas das moedas trazem símbolos religiosos e inscrições em latim, refletindo a influência da Igreja e o processo de cristianização da região.

Os arqueólogos acreditam que esse tesouro foi enterrado pouco antes de um conflito local que alterou a dinâmica de poder entre as famílias nobres do século XII. O fato de nunca ter sido recuperado sugere que o proprietário pode ter falecido em uma batalha ou fugido da região.

Repercussão global e fascínio popular

A história tomou conta das redes sociais e da mídia, com um pescador amador encontrando um tesouro de mil anos parecendo uma cena de cinema. Contudo, é tudo muito real e documentado. Após a conclusão dos estudos, o tesouro provavelmente permanecerá na Suécia, como parte do patrimônio nacional. Como destacou Anna Blomquist, diretora do museu, "descobertas assim lembram ao mundo que ainda há muito a ser revelado sob nossos pés".

Uma descoberta que muda o entendimento da história

Esse achado não é apenas sobre o valor monetário; ele também redefine a narrativa sobre a história econômica do norte da Europa. Revela um sistema comercial mais avançado do que se acreditava, com moedas circulando e conexões comerciais internacionais.

Para os arqueólogos, cada moeda é um fragmento do passado e juntas formam a narrativa de uma civilização que floresceu no frio do norte da Europa. Sua herança, de forma literal, ainda está sendo desenterrada.

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