Bilionária catarinense de 20 anos acumula fortuna de US$ 1,1 bilhão

A lista de bilionários da Forbes sempre foi uma referência interessante sobre as mudanças no cenário econômico. Em 2025, essa lista trouxe uma novidade que chamou a atenção: pela primeira vez em mais de uma década, não há nenhum bilionário com menos de 30 anos que tenha construído sua própria fortuna. Todos eles são herdeiros. E o Brasil aparece com destaque, sendo representado por Lívia Voigt, de apenas 20 anos, que acumula uma riqueza de aproximadamente US$ 1,1 bilhão. Além de ser a jovem mais rica do Brasil, Lívia é a segunda mais jovem do mundo.
Essa nova onda de bilionários herdeiros marca o início da chamada "Grande Transferência de Riqueza". Isso significa que, nas próximas décadas, trilhões de dólares estarão nas mãos dos descendentes de grandes empreendedores do século passado. Esses jovens não estão começando novos impérios, mas herdando legados familiares que foram construídos em setores variados, como a indústria farmacêutica e de motores elétricos.
O ponto de virada: a “Grande Transferência de Riqueza” e o fim dos bilionários self-made
Ao olhar para a lista de 2024 da Forbes, percebemos que é uma mudança significativa. Após 15 anos, não temos mais nenhum bilionário com menos de 30 anos que tenha conquistado sua fortuna do zero. Essa era, marcada por jovens brilhantes como Mark Zuckerberg e Evan Spiegel, agora dá lugar a uma nova fase dominada pela riqueza herdada. Essa transformação é uma evidência clara da passagem do bastão entre gerações. Os empreendedores que acumularam suas fortunas no século XX agora estão transferindo a riqueza para seus filhos e netos, criando um perfil de bilionários muito mais jovem.
O ranking de 2025: quem são os bilionários mais jovens do mundo e a jovem mais rica do Brasil?
O ranking de 2025 é bastante interessante e mostra como a competição por esse título tem mudado. Aqui estão os destaques:
- 1º lugar: Johannes von Baumbach (19 anos, Alemanha) tem uma fortuna de US$ 5,4 bilhões, oriunda de sua participação na farmacêutica Boehringer Ingelheim.
- 2º lugar: Lívia Voigt (20 anos, Brasil) possui US$ 1,1 bilhão, que vem de sua participação na WEG. Ela chegou a ser a mais jovem do mundo em 2024, antes de ser superada por Johannes.
- Outros nomes importantes incluem Clemente Del Vecchio (21 anos, Itália), herdeiro da EssilorLuxottica, e Kim Jung-youn (21 anos, Coreia do Sul), herdeira da Nexon.
As fábricas de fortuna: as empresas por trás dos bilhões
Os jovens herdeiros não apenas possuem grandes quantias; essas fortunas estão atreladas a empresas sólidas e tradicionais.
- WEG S.A. (Brasil): Criada em 1961 por Werner Ricardo Voigt, a WEG é a maior fabricante de motores elétricos da América Latina e uma gigante global.
- Boehringer Ingelheim (Alemanha): Fundada em 1885, é a maior farmacêutica de capital fechado do mundo, com uma controle familiar que preservou sua vasta fortuna.
- EssilorLuxottica (Itália): O império de óculos, fundado por Leonardo Del Vecchio e que inclui marcas renomadas, é a fonte da riqueza de seus herdeiros.
- Nexon (Coreia do Sul/Japão): Pioneira na indústria de jogos online desde 1994, fundou um dos maiores e mais conhecidos nomes do setor.
A arquitetura da herança: como os impostos em cada país moldam as fortunas
A maneira como essa riqueza é herdada varia conforme as leis de cada país. Em lugares como Alemanha e Itália, as regras favorecem a transferência de empresas familiares. Isso ajudou a manter as fortunas de von Baumbach e Del Vecchio praticamente intactas. No Brasil, o ITCMD, um imposto estadual, se tornou progressivo em 2025, afetando como os bens são passados. Já a Coreia do Sul encarrega heranças com impostos que podem chegar a 60%, fazendo com que a família Kim, dona da Nexon, tenha que abrir mão de uma parte considerável de sua fortuna.
O futuro da riqueza: o novo perfil dos herdeiros e o debate sobre a desigualdade
Um aspecto intrigante dessa nova geração de bilionários é que muitos deles não estão diretamente envolvidos na gestão das empresas. Por exemplo, Lívia Voigt estuda psicologia e não ocupa uma função na WEG. Essa tendência de herdeiros que são "acionistas" em vez de "sucessores" também traz um novo debate sobre desigualdade e privilégio. A discussão agora se concentra mais na justiça de um sistema que permite que a riqueza se concentre com tantos recursos passados por herança, ao invés de celebrá-los meramente como empreendedores de sucesso.