Aquecedor de água por bomba de calor garante até 70% de economia

A chegada dos aquecedores de água por bomba de calor ao Brasil está mudando o jeito como a gente consome energia nas casas. Essa tecnologia, que já faz sucesso em lugares como os Estados Unidos, oferece uma alternativa interessante ao nosso tradicional chuveiro elétrico.
Esses aquecedores utilizam um princípio bem simples: eles transferem o calor do ar ambiente para aquecer a água. Com isso, é possível economizar até 70% na conta de energia elétrica em comparação aos sistemas clássicos que funcionam com resistência. Para quem está de olho no bolso, essa pode ser uma boa notícia.
Como funciona a bomba de calor para aquecimento de água
Em outras palavras, uma bomba de calor funciona de modo semelhante a uma geladeira invertida. Em vez de gastar energia para gerar calor, ela usa um compressor para tirar calor do ar e passá-lo para a água que está armazenada. Segundo dados de programas dos EUA, o desempenho desses sistemas é medido por um coeficiente de desempenho (COP); nos modelos mais eficientes, esse COP supera 3,5. Isso significa que para cada unidade de energia elétrica consumida, você recebe mais de três unidades de calor para a água, tornando tudo bem eficiente.
Economia de energia e retorno do investimento
Nos Estados Unidos, está previsto que, a partir de 2029, os novos aquecedores elétricos precisem ter eficiência similar às bombas de calor. E os números não mentem: um aquecedor de 190 litros pode garantir uma economia de até 550 dólares por ano para uma família de quatro pessoas, com retorno do investimento em cerca de três anos.
Imagine trocar um sistema a gás por uma bomba de calor. Em Maryland, isso pode resultar em uma economia de 240 dólares por ano, recuperando o custo do investimento em até quatro anos. Legal, né?
Oferta no Brasil: modelos, preços e economia
Aqui no Brasil, a maioria dos aquecedores de bomba de calor que encontramos são importados e funcionam com 220 V, que é o padrão da nossa rede elétrica residencial. Marcas como a Midea estão oferecendo modelos de 200 a 300 litros, com um COP bem alto, acima de 3,5.
Os preços variam bastante, de 8 a 12 mil reais para os aquecedores, sem contar a instalação. Comparando, um boiler elétrico custa entre 2 e 3 mil reais. Apesar do investimento inicial maior, a economia a longo prazo pode valer a pena, principalmente em cidades onde a tarifa de energia passa de 1 real por quilowatt-hora.
Para um dia comum em casa, com um uso de 280 litros de água quente, a bomba consome em média 1.000 kWh por ano, enquanto um aquecedor de resistência pode passar de 3.300 kWh. Essa diferença é um baita alívio no fim do mês.
Instalação e funcionamento em ambientes residenciais
A instalação desses equipamentos exige algumas considerações. Primeiro, é preciso que o local tenha um volume mínimo de 10 m³. Também é importante garantir ventilação para a troca de calor e ainda ter um dreno para o condensado.
Um detalhe interessante é que o ar que sai do equipamento fica entre 5 °C e 7 °C mais frio que a temperatura interna, podendo até refrescar ambientes como lavanderias. Mas se a área for muito fechada, o desempenho pode cair.
Geralmente, os reservatórios têm um revestimento que evita corrosão, e componentes como o ânodo de magnésio precisam ser verificados a cada três anos para prolongar a vida útil do sistema. Nos modelos novos, o gás refrigerante usado é o R-290, que é uma opção mais amigável ao meio ambiente.
Incentivos, regulamentação e impacto ambiental
Enquanto nos Estados Unidos existem incentivos como créditos fiscais que chegam a 2.000 dólares, aqui no Brasil ainda não temos esse tipo de apoio federal. No entanto, algumas distribuidoras de energia estão olhando para a inclusão desses aquecedores em programas de eficiência energética.
Testes realizados em Recife e no Paraná estão analisando como esses equipamentos se comportam em diferentes cenários e perfis de consumo. E a troca dos tradicionais aquecedores por bombas de calor pode trazer um impacto ambiental muito positivo. Estudos mostram que substituir todos os aquecedores de resistência nos EUA poderia reduzir as emissões de carbono como se 10 milhões de carros a gasolina saíssem de circulação.
Paralelamente, no Brasil, isso poderia ajudar a reduzir a necessidade de termelétricas movidas a combustíveis fósseis nos horários de pico, que acabam encarecendo a energia.
Vantagens em retrofit e edifícios antigos
Um ponto positivo é que, em prédios antigos, onde não há gás encanado, a bomba de calor se mostra uma escolha vantajosa. Ela não requer obras de tubulação, usando apenas as instalações elétricas e hidráulicas que já existem. Isso é um alívio para o orçamento, já que levar gás para um apartamento pode sair bem caro.
Regulamentação nacional e busca crescente
O Inmetro está adaptando a certificação de eficiência para o clima tropical brasileiro, criando uma metodologia para medir o COP em temperaturas e umidade características do nosso país. Um novo selo de eficiência energética deve passar por consulta pública até o final de 2025.
Diante das altas temperaturas e das contas de energia elevadas, as buscas por "bomba de calor para banho" aumentaram consideravelmente. É um sinal claro de que os consumidores brasileiros estão cada vez mais interessados em soluções que podem ajudar na economia e no conforto do dia a dia.