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Homem investe R$ 550 com ajuda do ChatGPT por um mês

Um experimento curioso colocou o ChatGPT no comando de uma carteira de ações com apenas US$ 100. A ideia era simples: ver se essa inteligência artificial conseguiria atuar como um trader real, fazendo decisões diárias e focando em ações menos conhecidas.

O protagonista dessa história é Nathan Smith, um usuário dos Estados Unidos, que decidiu testar se o ChatGPT realmente poderia gerar lucros no mercado financeiro. A proposta envolveu transformar a IA em um analista financeiro, assim, começando uma experiência como um day trader.

Ele está documentando todo o processo em uma plataforma chamada Reddit. O que motivou Nathan a iniciar esse projeto foi ver anúncios que prometiam lucros altos usando IA no mercado. Em vez de se deixar levar por essas promessas, ele resolveu investigar por conta própria.

O experimento foi estruturado para durar seis meses, com um foco claro: avaliar se um modelo de linguagem é capaz de identificar ações subvalorizadas com um orçamento pequeno.

Resultados iniciais animadores

No primeiro mês, a carteira, administrada com a ajuda do GPT-4, que é um dos modelos mais recentes da OpenAI, teve um crescimento de 25%. Isso dá um lucro de US$ 25 sobre a quantia inicial de US$ 100.

Por mais que esse número possa parecer pequeno, ele impressiona quando vemos que índices tradicionais, como o S&P 500, tiveram um crescimento inferior a 3% nesse mesmo intervalo. O ganho foi superior até aos índices Russell 2000 e XBI, que incluem empresas de menor capitalização. Isso sugere que, pelo menos no curto prazo, o ChatGPT fez boas escolhas baseadas nas informações que obteve.

IA sozinha ainda não basta

Apesar do sucesso inicial, Nathan reconhece que a inteligência artificial não está agindo sozinha. Ele alimenta o ChatGPT com dados diários sobre a carteira de ações, incluindo preços em tempo real e movimentos do mercado. Com essas informações, a IA pode analisar e fazer sugestões.

Além disso, o experimento possui uma regra rígida de “stop-loss”, que manda vender uma ação assim que ela atinge um determinado limite negativo. Essa prática serve para minimizar perdas e é algo que muitos traders usam em operações de risco.

Assim, mesmo que a intenção do projeto seja verificar se a IA pode “gerenciar dinheiro sem orientação”, isso ainda não se concretizou. Nathan planeja continuar fazendo esse acompanhamento até o final de dezembro.

Esse não é o primeiro teste com inteligência artificial no mercado financeiro. Um estudo da Universidade de Duisburg-Essen, de dezembro do ano passado, mostrou que modelos da OpenAI podiam encontrar boas oportunidades de investimento. Porém, os próprios pesquisadores admitiram que os resultados das simulações são melhores do que o desempenho real quando se investe dinheiro de verdade.

Em uma entrevista à Morningstar, o professor Alejandro Lopez-Lira, da Universidade da Flórida, alertou que, com montantes maiores, a IA pode enfrentar dificuldades. O mercado tende a reagir ao comportamento dos grandes investidores, e se todos começarem a usar IA, isso pode alterar as dinâmicas e tornar os algoritmos menos eficazes.

O que esperar até dezembro

Nathan Smith esclareceu que a motivação inicial dele foi pura curiosidade. Ele queria descobrir se as promessas que via em anúncios sobre IA e ações eram verdadeiras. Até agora, os resultados mostram que a estratégia funciona — mas apenas com a participação humana constante.

A pergunta que fica é: será que a carteira continuará a prosperar ao longo dos seis meses? Esse experimento oferece uma visão interessante de como humanos e IA podem colaborar em investimentos, mesmo com um orçamento bem limitado.

Vale lembrar que, apesar dos resultados positivos até aqui, essa foi uma experiência controlada com um valor baixo. Investir em ações envolve riscos reais, e decisões financeiras devem sempre ser tomadas com cautela, estudo e planejamento.

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