Empresária relata risco de cegueira por produto da marca Virginia

Usuária relata queimaduras nas córneas após usar produto da Wepink
Uma cliente da marca Wepink, famosa pela influenciadora Virgínia Fonseca, relatou complicações graves após usar o sérum fortalecedor para cílios e sobrancelhas, conhecido como Wedrop. Lutou contra queimaduras nas córneas, o que gerou alarme e discussões nas redes sociais.
A consumidora, Lidiane Herculano, compartilhou que nunca havia usado o produto antes, apesar de comprar outros itens da marca. Após adquirir um kit com vários produtos, decidiu experimentar o Wedrop, baseado em sua experiência anterior com um fortalecedor de outra marca. Ao aplicar o produto na parte externa dos fios, notou uma leve ardência, mas nada alarmante, e foi dormir.
Na madrugada, Lidiane acordou com visão embaçada, sentindo como se tudo estivesse “nublado”. A única substância que havia aplicado nos olhos era o Wedrop. Ela resolveu lavar os olhos e usar soro fisiológico na tentativa de aliviar a situação. Contudo, ao acordar na manhã seguinte, sua visão continuava comprometida, e a dor havia aumentado. Lidiane, preocupada, procurou por ajuda médica e descobriu que havia queimado as duas córneas.
O tratamento começou com colírios prescritos por um oftalmologista, mas a dor e a irritação persistiram, levando-a a buscar atendimento em um hospital especializado em olhos. Após a consulta, o médico fez observações sobre o produto e os riscos de substâncias usadas em cosméticos para a área ocular. O tratamento se estendeu por quatro dias, tempo em que Lidiane teve dificuldade para abrir os olhos e passou a ter preocupações quanto à sua visão.
Lidiane tentou entrar em contato com a Wepink em 29 de junho, mas teve pouco retorno até que o caso começou a ganhar notoriedade. O marido dela, ao ver comentários de outras mulheres sobre problemas similares, publicou um vídeo alertando sobre seu caso nas redes sociais. A Wepink, segundo Lidiane, apresenta um alto número de reclamações no site Reclame Aqui, onde consumidores relatam experiências negativas, como ardência e inchaço.
Em resposta à situação, a assessoria jurídica da Wepink afirmou que a empresa pediu autorização para coletar o produto para análise, mas Lidiane se negou a enviar. O advogado da marca argumentou que a análise do produto poderia ocorrer em até 30 dias após a solicitação, mas sem o retorno do laudo médico, não podem se posicionar.
A Wepink, por meio de seu advogado, se defendeu dizendo que segue rigorosos testes de segurança para seus produtos. Porém, Lidiane decidiu manter o produto, alegando que a análise deverá ser feita por um perito independente.
Os especialistas alertam que cosméticos aplicados próximos aos olhos podem causar lesões na superfície ocular, levando a sérios problemas, como irritação e dor. Médicos recomendam que, em caso de qualquer sintoma adverso, o uso deve ser suspendido imediatamente e um oftalmologista procurado.
Ainda segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os produtos da Wepink enfrentam questões legais relacionadas ao registro. Recentemente, os registros do Wedrop foram cancelados, pois o nome do produto não poderia se sobrepor a outros já registrados, isso contraria a legislação vigente que proíbe confusões no rótulo de produtos.
A situação envolvendo Lidiane e a Wepink levanta dúvidas sobre a segurança de cosméticos que são aplicados tão próximos à área dos olhos e serve como um alerta sobre o cuidado necessário ao usar esses produtos.