Condomínio evangélico em Jericó é nova tendência imobiliária

O Residencial Clube Manancial da Fé, que acaba de ser lançado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, traz uma proposta única para o mercado imobiliário brasileiro. Este condomínio é especialmente pensado para o público evangélico, incorporando referências bíblicas em cada detalhe do projeto.
Com 22 blocos de apartamentos batizados com nomes de cidades sagradas de Israel, como Jerusalém e Belém, o empreendimento busca oferecer a seus moradores não apenas uma casa, mas uma verdadeira experiência de fé e pertencimento. Segundo o IBGE, aproximadamente 40% dos moradores com mais de 10 anos de Nova Iguaçu se identificam como evangélicos, um número bem acima da média nacional, que é de cerca de 26,9%.
Esse contexto foi fundamental para o empresário Alcindo Plácido, de 55 anos. Ele quer unir conforto, espiritualidade e segurança em um só lugar, como ele mesmo diz. O Manancial da Fé oferece apartamentos de dois tamanhos: um de 44 metros quadrados com dois quartos e outro de 51,5 metros quadrados que vem com uma área garden. A infraestrutura conta com piscinas, quadras esportivas, academia, espaço gourmet e jardins.
Os preços dos apartamentos podem chegar a R$ 260 mil, com opções de financiamento a partir de R$ 600 mensais. No total, são 420 apartamentos projetados, todos com nomes que fazem alusão à tradição judaico-cristã. Segundo Plácido, a ideia é trazer a “Terra Santa para dentro do Brasil”, criando um ambiente onde os valores e crenças religiosas dos moradores sejam refletidos no cotidiano.
Plácido já tinha tentado lançar projetos semelhantes anteriormente, mas encontrou dificuldades como crises no setor e falta de adesão. Porém, conseguiu estabilizar o Reserva da Paz, um loteamento em Nova Iguaçu, que se tornou um referencial em segurança e convivência familiar.
Segurança e identidade religiosa no condomínio
Sem dúvida, a segurança é um dos pontos mais valorizados pelos futuros moradores do Manancial da Fé. Paula Barbosa, a coordenadora de vendas do condomínio, destaca que a sensação de tranquilidade é um grande atrativo da região, que conta com um número considerável de líderes religiosos entre os residentes.
Com dados do Atlas da Violência 2024, Nova Iguaçu aparece entre as cidades mais violentas do Brasil, mas moradores do Reserva da Paz afirmam que o ambiente controlado, baseado em princípios familiares, faz muita diferença na rotina. Estima-se que cerca de 70% dos residentes dessa área sejam evangélicos, o que traz um clima de harmonia, com regras que incentivam a convivência respeitosa.
Plácido enfatiza que, embora o foco seja o público evangélico, o empreendimento é aberto a todos. Não há restrições relacionadas à religião ou orientação sexual, e ele já vendeu imóveis para diferentes perfis familiares.
Estratégias de marketing para o empreendimento
O sucesso do Manancial da Fé também se deve à comunicação direcionada. Ao invés de grandes campanhas publicitárias, o foco está em promover o empreendimento em templos evangélicos durante os cultos. Plácido menciona que a cidade está cheia de denominações como a Assembleia de Deus e a Igreja Universal, o que facilita o contato com o público-alvo.
A divulgação enfatiza a ideia de uma “morada edificada sobre os alicerces da tradição familiar”. O perfil evangélico tende a valorizar a estabilidade financeira e investe em bens duráveis, como a casa própria. O empresário, que é membro do ministério Madureira, também destaca o impacto social das igrejas na região.
Consumo evangélico e tendências do mercado imobiliário
O aumento do público evangélico tem atraído a atenção do setor imobiliário. Dados de 2023 mostram que esse grupo já é um dos principais motores do consumo no Brasil. Com novas igrejas surgindo anualmente na Baixada Fluminense, o empresário acredita que o consumo dos evangélicos é fundamental para o mercado. Eles costumam ser mais fiéis a empreendimentos e menos propensos à inadimplência.
O apartamento modelo do projeto possui um estilo contemporâneo, com uma decoração que foge do estereótipo tradicional. Para Plácido, essa mudança reflete a evolução do público evangélico, cada vez mais integrado às tendências culturais, porém sem deixar de lado seus valores essenciais.