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Tesla Cybertruck: potência e peso afetam durabilidade dos pneus

O proprietário de um Tesla Cybertruck Cyberbeast revelou um desgaste incomum nos pneus do veículo após rodar apenas 10.000 km. A picape elétrica, que impressiona com seus mais de 3.000 kg e 845 cv, tem gerado discussões sobre a durabilidade de veículos elétricos de alta potência. Em um fórum de proprietários, ele compartilhou sua experiência, levantando a pergunta: será que esse é um problema isolado ou outros motoristas também podem enfrentar a mesma situação?

É válido notar que, de acordo com relatos de outros usuários, o caso do proprietário do Colorado pode ser um episódio único. Contudo, o que chama a atenção é como a durabilidade dos pneus em veículos elétricos pode ser afetada por suas características específicas.

O caso do proprietário do Colorado

Deve ser um defeito de fabricação”, declarou o motorista que recebeu seu Cybertruck em 25 de junho. Ele teve todo cuidado, rodando apenas em asfalto e sem acelerar até seu limite de 212 km/h, nem usando o modo mais agressivo do veículo.

Ao seguir a recomendação do manual de inverter as rodas após essa quilometragem, ele se deparou com uma surpresa desagradável: os sulcos dos pneus estavam muito baixos. Após a medição, descobriu que os pneus dianteiros tinham apenas 3,2 mm e os traseiros 3,9 mm de profundidade. Nos Estados Unidos, a regra é trocar os pneus quando a profundidade chega a 1,6 mm, o que também se aplica no Brasil. Pneus novos normalmente têm entre 6 e 9 mm de profundidade.

Incomodado com a situação, ele agendou uma revisão na Tesla. Para ele, o desgaste é anormal, já que a expectativa é que os pneus durem pelo menos o dobro daquela quilometragem.

Por que elétricos gastam mais pneus

Os veículos elétricos costumam consumir pneus mais rapidamente. Isso se deve, em parte, ao peso maior, à potência dos motores e ao torque instantâneo. Para melhorar a autonomia, são utilizados compostos que, embora eficazes na estrada, não favorecem a durabilidade.

Um estudo de uma empresa de frotas british aponta que, em média, os pneus de um carro elétrico duram cerca de 10.000 km a menos do que os de modelos a combustão, que normalmente têm uma vida útil de cerca de 29.000 km.

Os Tesla exigem ainda mais dos pneus

Os modelos da Tesla, mesmo os menos potentes como o Model 3, já apresentam uma potência de 283 cv, o que influencia ainda mais o desgaste dos pneus. A fabricante até incluiu o chamado Modo Relax, que ajuda a suavizar a resposta do motor e reduzir o consumo dos pneus. Sem esse modo, as acelerações rápidas aumentam o desgaste.

No caso do Cyberbeast, a situação é ainda mais intensa. Com mais de três toneladas e 845 cv, o modelo vem com pneus Pirelli Scorpion ATR ou Goodyear Wrangler Territory RT, ambos destinados a todas as estações. Pesquisadores indicam que esses pneus costumam durar entre 25.000 e 30.000 km, pouco mais do que os pneus de verão, que geralmente têm uma vida útil maior.

O detalhe dos pneus usados

Os pneus usados pelo proprietário eram os Goodyear, que têm um design mais voltado para off-road. Isso pode ter influenciado a rápida deterioração, especialmente considerando que ele só dirigiu em asfalto. O desenho da banda de rodagem é pensado para melhorar a autonomia, mas acaba acelerando o desgaste em rodovias e no centro urbano.

Caso isolado ou problema de fábrica?

Embora o proprietário tenha levantado preocupações sobre possíveis defeitos de fabricação, outros usuários do fórum indicaram que esse caso parece ser uma exceção. Ninguém mais relatou um desgaste tão crítico após 10.000 km. Isso sugere que o estilo de direção pode ter contribuído para o problema. Talvez o motorista não tenha utilizado o Modo Relax com frequência, submetendo os pneus ao pleno potencial dos três motores elétricos.

Embora a Tesla esteja disposta a investigar a questão, muitos acreditam que se trata de um acontecimento isolado, que serve de alerta para futuros proprietários da versão mais radical do Cybertruck.

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