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Idosa é morta a tiros após recusar proposta de sexo

A tranquilidade do bairro Umbará, em Curitiba, foi bruscamente abalada em uma tarde de setembro. Elisete Menin Arnold, uma agente de saúde de 58 anos, foi morta com três tiros à queima-roupa logo após voltar do trabalho. O crime aconteceu por volta das 17h e deixou a comunidade em choque.

Testemunhas relataram que Elisete foi abordada por um homem em uma motocicleta, que disparou em sua direção, atingindo-a na cabeça e no pescoço. Apesar de ser socorrida rapidamente e levada ao Hospital do Trabalhador, ela não sobreviveu aos ferimentos. A investigação, conduzida pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), já classifica o caso como feminicídio, o que acende ainda mais o debate sobre a violência contra mulheres.

A morte de Elisete provocou uma onda de tristeza entre colegas, familiares e moradores da região. Conhecida por seu comprometimento com a saúde pública, sua partida levantou questões sobre como prevenir esse tipo de violência extrema.

Ex-marido obcecado e diário revelador: os sinais ignorados

As investigações apontam para o ex-marido de Elisete, José Francisco Ferreira da Silva, como o principal suspeito. Eles ficaram juntos por quatro anos, mas estavam separados desde 2017. Contudo, segundo relatos de familiares, ele nunca aceitou o fim do relacionamento.

Elisete chegou a buscar proteção legal contra o ex-companheiro, relatando episódios de perseguição, ameaças e até o roubo de documentos. Infelizmente, mesmo com essas medidas, a violência não deu trégua e culminou em seu trágico assassinato.

Cinco dias após a morte dela, a família encontrou um diário que Elisete mantinha. Nas páginas, ela expressava seu sofrimento e o medo constante que sentia. Em um desabafo feito durante um plantão, ela escreveu: “Se ele fizer qualquer coisa contra mim, tá todo mundo alertado e vai chamar a polícia. Não sei o que ele está planejando.” Isso revela não só o desespero de Elisete, mas também a busca por ajuda em meio ao medo.

Prisão do suspeito e mobilização social

Após cometer o crime, José Francisco tentou fugir para São Paulo, mas não encontrou abrigo com a família e acabou se escondendo por três semanas em Paranaguá. Pressionado, ele decidiu se entregar na Casa da Mulher Brasileira em Curitiba e acabou preso.

A repercussão deste crime mobilizou várias organizações que defendem os direitos das mulheres e gerou um clamor por políticas mais efetivas de proteção e prevenção à violência doméstica. A DHPP continua investigando, coletando provas e depoimentos para fortalecer a acusação de feminicídio.

O velório de Elisete ocorreu no dia 21 de setembro, no Cemitério Parque Senhor do Bonfim, em São José dos Pinhais. Amigos e colegas lembraram dela como uma mulher apaixonada pelo que fazia, reconhecida pela empatia e cuidado genuíno com os que a cercavam.

Infelizmente, a história de Elisete não é um caso único, mas apenas um exemplo de uma realidade alarmante que ainda permeia nossa sociedade. Sua morte reforça a urgência de fortalecer as redes de apoio, garantir que as medidas protetivas sejam eficazes e encarar o feminicídio como uma questão crucial a ser enfrentada.

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