Arqueólogos descobrem tesouro submerso de 2.000 anos em rio

Um achado impressionante no rio Sava, na Bósnia, está chamando a atenção do mundo todo. Arqueólogos descobriram um tesouro submerso que ficou escondido por mais de dois mil anos, composto pelo maior depósito de barras de metal já encontrado na região. Esses lingotes, que datam do final da Idade do Ferro até o período romano, não só impressionam pela quantidade e pelo excelente estado de conservação, mas também trazem informações valiosas sobre as antigas rotas comerciais e a metalurgia que agitaram a Europa Central.
Essas barras têm um formato bipiramidal, que facilita tanto o transporte quanto o derretimento para criar ferramentas, armas e utensílios. Essa descoberta é um marco importante para a Bósnia, que até agora não havia registrado achados arqueológicos tão significativos.
Para os especialistas, o grande depósito de metal sugere que a região tinha um papel importante nas conexões comerciais com o Oriente Médio e o Norte da África, revelando uma rede muito mais complexa do que se pensava.
Arqueólogos subaquáticos e o trabalho meticuloso de resgate
A operação foi liderada pela equipe do Museu do Mosteiro Franciscano de Tolisa, que utilizou técnicas modernas de arqueologia subaquática. Eles realizaram mapeamentos detalhados e marcações de pontos de referência, além de usar fotogrametria em 3D para criar modelos digitais do leito do rio.
Esse cuidado foi fundamental para preservar o contexto histórico, garantindo que cada barra de metal fosse estudada em seu lugar original antes de ser retirada. Essa tecnologia não só melhora a compreensão dos objetos, mas também do ambiente cultural e comercial em que estavam inseridos.
Por que esse achado é tão importante para a Bósnia
Enquanto países como França e Alemanha têm tradições ricas em descobertas arqueológicas, a Bósnia nunca havia registrado algo tão relevante. A identificação desse depósito de barras de metal sugere que a região dos Bálcãs teve um papel muito mais significativo no comércio antigo do que se pensava até agora.
Essa descoberta muda a forma como arqueólogos e historiadores enxergam a Bósnia na Antiguidade, destacando-a como um ponto estratégico nas rotas de circulação de metais e outros produtos.
As barras agora catalogadas e protegidas passarão por análises químicas aprofundadas para descobrir a origem dos minérios usados em sua produção. A expectativa é que esses estudos ajudem a traçar as rotas comerciais da Antiguidade, esclarecendo quais civilizações participaram desse intercâmbio.
O trabalho contará com a colaboração de instituições da Alemanha, França e Áustria, que trarão tecnologia avançada e conhecimento para enriquecer os estudos. Os resultados podem até reescrever partes da história comercial e metalúrgica da Europa antiga.
As próximas etapas da pesquisa arqueológica
A análise tem como foco descobrir não só a composição química do metal, mas também entender toda a cadeia produtiva, desde a mineração até a transformação dessas barras em armas, ferramentas e bens de troca.
O formato bipiramidal sugere um padrão de produção prático, indicando a existência de uma indústria organizada, ligada a centros de consumo mais distantes.
A descoberta do maior depósito de barras de metal já encontrado na Bósnia já está reverberando na comunidade científica global. Além de fornecer novas evidências sobre o comércio na Idade do Ferro e no início do período romano, o achado toca na importância da arqueologia subaquática para resgatar capítulos esquecidos da história da humanidade.
Conforme os estudos avançam, espera-se revelar mais detalhes sobre as relações econômicas e culturais entre os diferentes povos da Europa, Oriente Médio e Norte da África há mais de dois mil anos.