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Ucrânia apresenta barco não tripulado Ursula para ataques no Dnipro

A Ucrânia está inovando no campo da guerra fluvial, ampliando o uso de barcos não tripulados para enfrentar a presença russa nos rios do país. Um dos destaques dessa estratégia é um novo modelo chamado Ursula, desenvolvido pela empresa ucraniana NoviTechNe, que foi apresentado recentemente.

O Ursula tem apenas um metro de comprimento, ideal para operações em ambientes aquáticos. Segundo o site do governo, essa embarcação se destaca pela sua versatilidade. Ela pode ser utilizada para reconhecimento, atuar como mina flutuante e até carregar drones equipados com câmeras que capturam imagens em primeira pessoa. É uma combinação interessante que permite realizar ataques rápidos e discretos, tornando a reação do inimigo mais difícil.

Outras inovações já testadas

O Ursula não está sozinho nesse esforço. Outras inovações, como o Black Widow 2, foram testadas durante o inverno passado. Com as mesmas proporções de um metro de comprimento, esse modelo suporta até três quilos e pode operar a uma distância de 10 quilômetros. A ideia é que esses sistemas pequenos e multifuncionais tragam agilidade.

Esses barcos não tripulados são bem menores do que os veículos de superfície não tripulados (USVs) convencionais, como Magura e Seababy, que podem chegar a seis metros. Essa diferença de tamanho é estratégica. A menor dimensão das embarcações permite manobras mais fáceis em canais estreitos e águas rasas, onde barcos maiores enfrentariam dificuldades.

Vantagens em canais e rios

O pesquisador Federico Borsari, do Centro de Análise de Política Europeia, comenta que a prioridade da Ucrânia é combater as ações russas na bacia do Dnipro, especialmente na região de Kherson. Ele enfatiza que o tamanho dos drones é crucial em águas rasas. Por isso, a opção por embarcações compactas favorece tanto missões ofensivas quanto defensivas.

As forças ucranianas podem usar esses barcos para lançar drones FPV perto das posições inimigas ou atacar embarcações de reabastecimento. Com um tamanho reduzido, a detecção se torna mais difícil, aumentando as chances de sucesso em ataques surpresa.

Desafios naturais

O Dnipro, com seus 981 quilômetros, é vital na guerra, funcionando como uma linha defensiva e rota de abastecimento. Porém, a navegação em rios não é simples. Bancos de areia, vegetação e galhos tornam as operações desafiadoras. Além disso, os níveis de água mudam constantemente, o que requer ajustes frequentes nas estratégias.

Esses drones representam uma tentativa da Ucrânia de adaptar suas táticas às complexas condições fluviais, buscando sempre se manter à frente tecnologicamente em relação ao adversário.

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