Trilha ferroviária perigosa em SP atrai aventureiros e gera riscos

Entre Santo André e Cubatão, existe uma trilha que chama a atenção dos aventureiros: a Funicular de Paranapiacaba. Com cerca de 12 km de extensão, o trajeto passa por estruturas abandonadas, como túneis escuros, pontes elevadas e casas de máquinas que já viraram relíquias enferrujadas.
Por mais que a beleza e a atmosfera do lugar sejam de arrancar o fôlego, é importante ressaltar que essa caminhada é ilegal e pode ser bastante perigosa. A trilha corta o Parque Estadual da Serra do Mar, que é uma área de preservação ambiental com acesso restrito. Para quem se aventurar por lá, os riscos vão além da segurança física — a multa para quem é pego pode variar entre R$ 1 mil e R$ 10 mil.
### Perigos escondidos na paisagem
Os relatos sobre acidentes graves, incluindo quedas fatais, não são raros. O resgate pode ser complicado, já que uma parte considerável do caminho está imersa na mata atlântica densa. A antiga estrutura ferroviária, desativada desde 1981, está em franco estado de ruína: trilhos destruídos, túneis desmoronando e pontes de madeira em condições precárias. E, para agravar a situação, jararacas aparecem com frequência por ali.
Apesar de todos os alertas, muitos não desistem do desafio. Desde 2008, grupos de “funiculeiros” se encontram em redes sociais para encarar os 16 pontilhões e 13 túneis dessa ferrovia abandonada. O que atrai essas pessoas é o desafio físico, além do cenário que é, sem dúvida, único. A neblina constante e a vegetação densa criam uma atmosfera misteriosa e inóspita.
### Mistério e adrenalina na trilha
Quem já se aventurou pela trilha compartilha histórias de cabos escorregadios, roupas encharcadas e mudanças bruscas de temperatura. Além disso, há relatos curiosos, como vozes que ecoam nos túneis à noite e uma sensação de estar sendo observado. Esses relatos, que beiram o sobrenatural, apenas aumentam o ar enigmático do local.
### Memória de um passado grandioso
A Funicular foi criada em 1867 para transportar mercadorias entre o litoral e o interior de São Paulo. Durante mais de um século, cumpriu um papel importante no transporte ferroviário da região. Mesmo abandonada, essa estrutura ainda resiste, servindo como um símbolo de aventura, história e, claro, perigo.