Tecnologia chinesa chega ao Brasil e promete revolucionar a internet

Uma nova era digital está batendo à porta do Brasil, e quem está à frente dessa revolução é a empresa chinesa SpaceSail. Sediada em Xangai, a SpaceSail acaba de iniciar suas operações no país com um plano audacioso: levar internet via satélite ultrarrápida para os locais mais remotos do Brasil, desafiando diretamente a gigante Starlink, de Elon Musk.
Esse movimento marca o começo de uma intensa disputa no setor de conectividade, onde Estados Unidos e China estão de olhos bem abertos. Segundo especialistas, essa competição pode mudar a forma como o mundo se conecta à internet.
China instala sua primeira base de internet espacial no Brasil
Recentemente, a SpaceSail firmou um acordo com a Telebras, a estatal brasileira de telecomunicações. O objetivo? Oferecer serviços de comunicação satelital e banda larga para regiões que não têm acesso à infraestrutura de fibra óptica. É um projeto arrojado que inclui o lançamento de 648 satélites de órbita baixa (LEO) ainda este ano, com a meta de expandir esse número para 15 mil unidades até 2030. E um detalhe interessante: essa cobertura vai abranger mais de 30 países, com foco especial na América do Sul.
O investimento para essa empreitada é colossal. No ano passado, a SpaceSail conseguiu um aporte de 6,7 bilhões de yuans, o que equivale a aproximadamente R$ 4,8 bilhões. Esses recursos vão ajudar na construção de centros de controle e antenas terrestres, e o Brasil já sedia um desses centros, consolidando sua importância como base de operação no hemisfério sul.
Um rival à altura de Starlink
Atualmente, a SpaceSail está entrando em um cenário onde a Starlink opera com cerca de 7 mil satélites LEO e planeja aumentar esse número para 42 mil até o fim da década. O diferencial da SpaceSail é o apoio direto do governo chinês, o que potencializa suas estratégias. A meta deles é fazer com que a China se torne autossuficiente em termos de comunicações espaciais, sem depender de sistemas ocidentais.
E essa corrida não para por aí. A China está desenvolvendo também a constelação Qianfan, ou “Mil Velas”, além de outros três projetos que somam mais de 43 mil satélites planejados. Isso tudo faz parte de um projeto maior de soberania digital, que tem acendido alertas em países ocidentais preocupados com o potencial de censura da internet chinesa.
Satélites LEO: o segredo por trás da velocidade
A proposta da SpaceSail é baseada no uso de satélites de órbita baixa, o que significa que eles ficam entre 500 e 2.000 km acima da Terra. Essa proximidade permite conexões muito mais rápidas e com menor latência, características essenciais para transmissões ao vivo, jogos online e videoconferências sem interrupções.
Embora a Starlink já seja uma referência mundial em internet rural e remota, a chegada da SpaceSail promete mudar o jogo, trazendo preços mais acessíveis e uma cobertura maior em áreas onde a internet ainda está em falta, como a Amazônia Legal, o sertão nordestino e regiões montanhosas do Sudeste.
Outras empresas, como a OneWeb, com seus 630 satélites, e o Projeto Kuiper da Amazon, que promete 3.200 unidades, ainda estão na corrida, mas não têm a mesma agressividade nem a escala dos planos americanos e chineses.
O Brasil no centro da nova corrida espacial digital
Com a entrada da SpaceSail, o Brasil se torna o primeiro país fora da Ásia a contar com internet satelital chinesa. A expectativa é de que, em breve, o país se transforme em um hub regional de conectividade, estendendo seu sinal para Peru, Bolívia e Paraguai e fortalecendo a presença da China na América do Sul.
Para milhões de brasileiros que ainda enfrentam a falta de conexão estável, essa novidade pode ser a solução para o apagão digital. Especialistas acreditam que o avanço da SpaceSail pode marcar o início de uma nova era de conectividade acessível, ajudando a reduzir desigualdades e a acelerar o processo de transformação digital na região.
Assim, o Brasil se posiciona como um campo de provas nesse novo cenário, onde a disputa pelo espaço e pela conectividade é mais intensa do que nunca.



