Rússia apresenta ‘Máquina do Juízo Final’ como ameaça aos EUA

Resposta das Potências Nucleares aos Conflitos Globais
Recentemente, um ex-conselheiro do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, qualificou como “muito arriscada” a proposta do presidente de enviar submarinos nucleares em resposta aos avanços da Rússia. Essa declaração surge em um contexto de crescente tensão internacional e conflitos que envolvem potências nucleares.
Por outro lado, o Kremlin, a sede do governo russo, minimizou a fala de Trump sobre o envio desses submarinos, que ocorre enquanto um enviado dos Estados Unidos se prepara para visitar Moscou. Essa visita pode ter como objetivo discutir as preocupações de segurança entre os dois países.
Um aspecto relevante a ser destacado é a existência do sistema de retaliação nuclear automática da Rússia, conhecido como “Máquina do Juízo Final”. Esse sistema foi desenvolvido durante a Guerra Fria e tem como principal função garantir que a Rússia possa responder a um ataque nuclear surpresa, mesmo que sua cadeia de comando seja comprometida.
O funcionamento desse sistema é bastante direto: se houver um ataque nuclear em larga escala contra o país, a “Máquina do Juízo Final” ativa automaticamente procedimentos que ordenam a resposta usando mísseis, submarinos e aeronaves estratégicas. O que o governo russo chama de "Perímetro" assegura que ordens de lançamento sejam emitidas mesmo que todas as centrais de comando sejam destruídas, permitindo uma retaliação devastadora.
Um exemplo ilustrativo é a narrativa do general Viktor Yesin, ex-chefe do Estado-Maior das Forças Estratégicas da Rússia. Durante uma viagem a São Francisco, ele mencionou um local que poderia ser alvo de um ataque nuclear, afirmando que isso poderia resultar em um deslizamento de terras que faria parte da Califórnia afundar no oceano. Essa história demonstra a seriedade com que a Rússia encara as ameaças, mesmo as hipotéticas.
Especialistas russos afirmam que a destruição irreversível do país poderia ser alcançada com apenas 200 ogivas nucleares, um número que está bem abaixo dos mais de 1.500 artefatos nucleares de que a Rússia dispõe atualmente. Essa capacidade faz com que a Rússia seja considerada como uma das principais potências nucleares do mundo.
Com a desintegração da União Soviética, o sistema foi modernizado e permanece operacional. Uma declaração do general Sergei Karakaev, comandante das Forças de Mísseis Estratégicos da Rússia, indica que o sistema "está de prontidão" para qualquer eventualidade. Se os canais convencionais de comando falharem, a ordem de retaliação será emitida por meio do “Perímetro”.
Vladimir Yarynich, um engenheiro que participou do desenvolvimento desta tecnologia, explicou que o objetivo é evitar decisões precipitadas baseadas em alarmes falsos. O sistema pode ser ativado preventivamente e permanecer em modo de espera enquanto autoridades verificam a situação.
É importante mencionar que os EUA têm investido em tecnologias semelhantes. Desde a década de 1960, aeronaves como o Boeing EC-135C e o E-6 Mercury têm sido utilizadas como centros de controle alternativos em caso de guerra nuclear. Os Estados Unidos também estabeleceram uma rede de satélites em órbita para garantir comunicações que possam ser mantidas mesmo em cenários de conflito intenso.
Além disso, tanto a China quanto os EUA estão desenvolvendo sistemas automáticos de retaliação, inspirados em parte nas táticas soviéticas, o que reafirma a realidade das tensões geopolíticas atuais e as preocupações com a segurança global em um mundo onde as armas nucleares ainda são um fator determinante nas relações internacionais.