Notícias

Resultados do 2º trimestre: expectativa para as gigantes da bolsa

Desempenho das Empresas na Bolsa: Expectativas para o Segundo Trimestre

O segundo trimestre de 2025 foi desafiador para os investidores da bolsa. Vários fatores, como as tarifas impostas pelo governo dos EUA, o conflito entre Israel e Irã e a polêmica sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no Brasil, criaram um ambiente tenso nos mercados. Com o início da temporada de balanços, que começou no dia 22 de julho, os olhos se voltam para os resultados das empresas listadas na bolsa, que refletirão como cada uma enfrentou esses desafios.

Os analistas esperam resultados mistos. O desempenho das exportadoras será particularmente observado, principalmente devido às representativas participações no índice Ibovespa. A expectativa é de números mais modestos neste trimestre, em meio à queda de 10% do dólar em relação ao real no primeiro semestre.

Destaques do Setor de Mineração: Vale e Petrobras

No setor de mineração, a Vale (VALE3) é um dos focos de atenção. O mercado prevê resultados inferiores em relação aos primeiros três meses do ano, principalmente pela desvalorização do minério de ferro, o que deve impactar negativamente no lucro da empresa. A XP Investimentos estima um lucro líquido de R$ 1,4 bilhão para a Vale no segundo trimestre, representando uma queda de 47% em relação ao ano anterior. Apesar disso, espera-se que a produção de ferro aumente em 12 milhões de toneladas em comparação ao início do ano, período em que a mineradora enfrentou problemas por causa das chuvas.

Quanto à Petrobras (PETR3; PETR4), a empresa também teve que lidar com a instabilidade do mercado do petróleo, que varia com a situação geopolítica. Após um aumento de preços durante o conflito no Oriente Médio, os valores caíram novamente para níveis abaixo de US$ 70 por barril. A produção da Petrobras diminuiu ao longo do trimestre, levando os analistas a preverem resultados neutros. A expectativa de dividendos, que eram aguardados por investidores, parece ficar mais para o terceiro trimestre deste ano.

Setor de Papel e Celulose: Suzano e Klabin

As empresas Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) também estão no radar. Apesar da queda do preço da celulose, a Suzano deverá reverter um prejuízo de R$ 3,7 bilhões no segundo trimestre de 2024 para um lucro de R$ 5 bilhões neste ano, resultado de um aumento na produção e redução nos custos. A Klabin deve apresentar crescimento moderado, com alta nas exportações e um aumento de 12% no EBITDA.

Setor de Proteínas: Desafios nas Exportações de Frango

Os frigoríficos foram as estrelas do Ibovespa em 2025, mas o cenário para eles pode mudar. A Seara, parte do grupo JBS, deve ver uma desaceleração nas receitas, enquanto a combinação de preços em queda e restrições sanitárias pode afetar severamente o setor. No entanto, a Minerva (BEEF3) pode ter um desempenho melhor, já que há expectativa de aumento no preço do boi e no volume exportado.

Indústria: WEG e Embraer

No setor industrial, a WEG (WEGE3) e a Embraer (EMBR3) enfrentam desafios devido a tarifas sobre produtos importados. Para a WEG, especialmente, as previsões são de resultados fracos, com uma queda na produção de equipamentos. Por outro lado, a Embraer apresenta um cenário mais positivo, beneficiada por uma carteira robusta de pedidos, especialmente na Europa.

Setor Bancário: Banco do Brasil e Bradesco

No setor bancário, o Banco do Brasil (BBAS3) teve um trimestre decepcionante, com aumento da inadimplência impactando os lucros. Em contraste, o Bradesco (BBDC3) deve ter resultados positivos, impulsionados por um crescimento no setor de seguridade e uma gestão de crédito melhorada.

Setor de Energia: Eletrobras e Copel

As empresas de geração de energia, como Eletrobras (ELET3) e Copel (CPLE6), têm perspectivas melhores, com uma recuperação prevista na produção. A combinação de menos chuvas e altas temperaturas deve aumentar a demanda de energia, contribuindo para um desempenho positivo.

Varejo: Expectativas no Setor de Moda

As marcas de moda e vestuário, como Vivara (VIVA3), C&A (CEAB3) e Lojas Renner (LREN3), devem se destacar no varejo, com expectativas de aumento nas receitas, especialmente no segmento de roupas de inverno, que tende a ser mais lucrativo.

Com a divulgação dos resultados, os investidores estarão atentos para entender como as principais empresas enfrentaram esses desafios em um trimestre marcado por incertezas e oscilações.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo