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Português oferece recompensa por “cabeça de brasileiro” em Portugal

Um vídeo que circulou nas redes sociais virou motivo de grande revolta entre a comunidade brasileira em Portugal, que soma cerca de 550 mil pessoas. Nas imagens, um homem português faz uma declaração assustadora, prometendo pagar € 500 (cerca de R$ 3.100) a quem trouxesse a “cabeça de um brasileiro”. Esse discurso violento e xenófobo rapidamente ganhou destaque e gerou indignação.

Esse tipo de fala foi interpretado por líderes sociais como uma verdadeira incitação à violência contra imigrantes, especialmente brasileiros, que são a maior comunidade estrangeira em solo português. Em resposta, a padaria onde o autor do vídeo trabalhava anunciou sua demissão, afirmando que não apoia atitudes racistas ou discriminatórias.

Repercussão e denúncias formais

A situação provocou uma reação imediata de diversas organizações que atuam na defesa dos direitos dos imigrantes. Sônia Gomes, que fundou a Associação de Apoio a Emigrantes, Imigrantes e Famílias (AAEIF), está preparando uma queixa criminal contra o autor do vídeo. Em suas palavras, ficou claro que essa é uma situação inaceitável: “Mexer com brasileiro? Ele está ficando doido? Aqui, não. É tolerância zero”.

Juliet Cristino, do Comitê dos Imigrantes de Portugal (CIP), também se manifestou, pedindo que as autoridades tomem uma atitude mais enérgica. Ela afirmou que é fundamental agir rapidamente, já que esse tipo de discurso alimenta a violência e a discriminação, colocando os imigrantes como alvos.

Reação da Casa do Brasil de Lisboa

A presidente da Casa do Brasil de Lisboa, Ana Paula Costa, descreveu o episódio como “a expressão mais perversa e criminosa do discurso anti-imigração, racismo e xenofobia”. A Casa enfatiza que é necessário investigar a fundo o caso para que o autor não fique impune.

Demissão e pressão da opinião pública

A repercussão foi tão intensa que a padaria decidiu demitir o homem imediatamente. Em um comunicado, a empresa deixou claro: “Queremos ressaltar que a pessoa envolvida nos vídeos não faz mais parte da nossa equipe. Não aceitamos nem compactuamos com qualquer forma de racismo”.

A decisão foi elogiada por entidades de defesa dos direitos humanos, que consideraram isso um passo necessário dada a gravidade da situação. Entretanto, brasileiros que vivem em Portugal continuam pedindo uma ação firme do Ministério Público, exigindo a abertura de um inquérito para investigar o crime de incitação à violência e à discriminação.

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