ônibus mais longo do mundo tem 30 metros e leva 350 passageiros

Em um mundo onde a eficiência no transporte urbano é cada vez mais importante, algumas inovações se destacam — e nenhuma delas é tão impressionante quanto o ônibus mais longo do planeta. Conhecido como DAF Super CityTrain, esse gigante holandês, fabricado em 1989, tem nada menos que 32,2 metros de comprimento e consegue transportar até 350 passageiros de uma só vez. Criado para rodar nas ruas de Kinshasa, na República Democrática do Congo, esse colosso se tornou um ícone no transporte coletivo e, até hoje, está no Guinness Book como o maior ônibus já construído.
Vamos explorar como essa ideia tão ousada foi colocada em prática, quais desafios a tecnologia enfrentou, e descobrir outros modelos gigantes que também buscam o título de "maior ônibus do mundo".
Engenharia de um colosso urbano
O Super CityTrain era movido por uma unidade tratora DAF FT2600, ligada a dois módulos articulados para os passageiros. Por motivos de segurança, a velocidade máxima era de 41 km/h, e o veículo pesava cerca de 28 toneladas.
Dentro do ônibus, você encontrava assentos simples, além de bastante espaço para quem preferisse ficar em pé. Com várias portas laterais para embarque e ventilação natural, o projeto parecia bem pensado. No entanto, manobrar um veículo tão longo nas ruas de uma cidade com infraestrutura limitada não era nada fácil. Por isso, ele sempre circulava em vias mais largas e planas, operando de forma bastante restrita.
Infelizmente, o Super CityTrain não durou muito em circulação. As ruas de Kinshasa não suportavam todo o peso e tamanho do ônibus. Manter o veículo foi um desafio, principalmente por causa do transporte de peças e a necessidade de motoristas altamente treinados. Assim, pouco tempo depois de estrear, ele foi retirado das ruas. Mas sua história ficou marcada.
Outros gigantes do transporte coletivo
Embora o DAF Super CityTrain nunca tenha sido replicado em grande escala, ele abriu portas para outros ônibus extralongos no mundo. Um dos principais exemplos é o AutoTram Extra Grand, um protótipo desenvolvido na Alemanha que mede 30,7 metros e pode transportar até 256 passageiros. Com três módulos articulados e direção assistida eletrônica, esse ônibus consegue realizar curvas com uma agilidade surpreendente.
No Brasil, temos o orgulho de contar com o Volvo Gran Artic 300, um dos maiores ônibus em operação regular no mundo. Lançado em 2016, ele também tem 30 metros e capacidade para 300 passageiros, sendo perfeito para corredores do sistema BRT, como os de Curitiba e Goiânia. Ele é projetado com dois pontos de articulação e piso elevado, o que facilita sua operação em estações pré-embarque.
Já na China, o Youngman JNP6250G, que mede 25 metros, é muito utilizado em grandes cidades como Pequim. O que chama atenção é a quantidade desses ônibus circulando, ocupando faixas exclusivas de transporte coletivo.
Como esses ônibus fazem curvas?
Conduzir um ônibus padrão de 12 metros já é um desafio; imagina dirigir um que tem três vezes esse comprimento? A resposta está na tecnologia de articulação. Veículos como o AutoTram e o Volvo Gran Artic 300 contam com sistemas eletrônicos que ajustam os ângulos das articulações em tempo real. Isso faz com que os eixos traseiros sigam a rota do eixo dianteiro, diminuindo bastante o raio de giro.
Além disso, muitos desses ônibus vêm equipados com direção ativa nas rodas traseiras, sensores de estabilidade e até freios adaptativos. Isso tudo ajuda a garantir segurança e precisão nas manobras, mesmo em áreas urbanas mais movimentadas.
Benefícios e limitações de veículos extralongos
A grande vantagem dos ônibus extralongos é a alta capacidade de transporte. Um único ônibus pode substituir entre dois e três veículos convencionais. Isso significa menos poluição e custos operacionais reduzidos. Eles são especialmente úteis em corredores BRT, onde a demanda é maior.
Por outro lado, operar esses gigantes exige mudanças significativas nas cidades. Para acomodá-los, as vias precisam ser mais largas, as paradas maiores, e o pavimento precisa ser reforçado para suportar o peso. Além disso, a manutenção desses ônibus é mais complexa e exige profissionais bem especializados. Sem esses ajustes, fazer um ônibus de mais de 25 metros circular se torna inviável.
O futuro: sustentabilidade sobre rodas gigantes
Enquanto o DAF CityTrain é parte do passado, a ideia de ônibus extralongos continua viva e evoluindo. Hoje, a indústria foca em soluções sustentáveis. Já existem modelos elétricos e até movidos a hidrogênio, como os que a BYD, uma fabricante chinesa, está produzindo. Marcas como Mercedes-Benz e Volvo também estão se dedicando a criar opções limpas para atender à alta demanda urbana.
A meta agora não é só o tamanho, mas também a eficiência energética. Ônibus que variam de 24 a 30 metros, com zero emissão de carbono, estão sendo testados em cidades da Europa e da Ásia. A tecnologia avançou bastante, e as cidades estão se preparando para receber esses veículos.
A história do DAF Super CityTrain pode ter sido breve, mas sua contribuição para o transporte coletivo é inegável. Com seus 32,2 metros, ele desafiou os limites do design de veículos e mostrou que é possível transportar centenas de pessoas de uma vez. E com o crescimento das cidades e a busca por alternativas sustentáveis, os ônibus extralongos estão novamente em destaque no debate sobre mobilidade urbana.