Notícias

Motta contrata cinco familiares de funcionárias fantasmas

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, do partido Republicanos da Paraíba, está no centro de uma controvérsia por conta da contratação de funcionários com rotinas de trabalho inadequadas para os cargos que ocupavam no Legislativo. Recentemente, descobriu-se que ele tinha três funcionárias que não atendiam às atividades que deveriam desempenhar, além de ter contratado cinco familiares dessas funcionárias.

Na última terça-feira, durante uma reportagem, foi revelado que Motta demitiu duas das três servidoras quando foi questionado sobre essas contratações. Uma delas, a fisioterapeuta Gabriela Pagidis, estava trabalhando em clínicas no Distrito Federal enquanto recebia um salário de R$ 11,4 mil da Câmara. A outra demitida, Monique Magno, acumulava funções em seu gabinete com o trabalho de assistência social na Prefeitura de João Pessoa, prática que é proibida pelo Legislativo.

A família das funcionárias também estava envolvida com contratações no gabinete de Motta. Mãe, tia, irmão e primo de Gabriela já constaram na folha de pagamento do parlamentar nos últimos anos. Gabriela foi contratada em junho de 2017, quando sua mãe, Athina Pagidis, já atuava como chefe de gabinete. Além de Athina, a tia e a irmã de Gabriela, Adriana e Barbara Pagidis, também foram contratadas, assim como o filho de Adriana, Felipe Pagidis. Durante 2021 e 2022, todos eles estavam na folha de pagamento do gabinete ao mesmo tempo.

Athina foi a primeira a entrar na equipe de Motta, logo no início do seu primeiro mandato, em fevereiro de 2011, permanecendo até julho de 2019. Embora tenha sido procurada para comentar sobre sua participação, ela não respondeu.

Além de Gabriela, que foi demitida após os questionamentos, Felipe Pagidis atualmente trabalha para o deputado Wellington Roberto, mas sua situação também não pôde ser confirmada pela reportagem. A mãe de Felipe, Adriana, deixou o cargo em 2022, porém, é dito que ainda trabalha para Motta, apesar de não ter respondido às tentativas de contato.

Monique Magno, outra funcionária que foi demitida, acumulava sua função no gabinete com um cargo na Prefeitura de João Pessoa. Ela foi contratada por Motta em junho de 2019 e, ao mesmo tempo, começou a trabalhar na prefeitura em abril de 2021. Ao assinar seu contrato, Monique declarou não exercer atividades em outro órgão, mas, posteriormente, ao ser questionada, disse que conseguia conciliar os duas empregos e ainda cuidar de seu filho.

Nesse escopo, a mãe de Monique, Marcia Agra de Souza, também já trabalhou no gabinete de Motta entre 2011 e 2015. Em sua fase de contrato, Marcia ganhava R$ 845,00 por mês. Atualmente, ela trabalha no gabinete de outro deputado, João Carlos Bacelar.

Ao ser procurada sobre a situação de sua filha, Marcia defendeu Monique, destacando sua competência e dedicação. Ela também não quis comentar sobre a situação de seus empregos em relação ao regimento da Câmara, que proíbe contratações fora do estado de origem do deputado ou do Distrito Federal.

O caso levanta importantes questões sobre a transparência e a moralidade nas contratações no serviço público, além de destacar as normas que regem a atuação de parlamentares e seus gabinetes.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo