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Menino de 13 anos conquista 27 ouros em olimpíadas científicas

Aos 13 anos, Theo Correia, de Niterói (RJ), já conquistou 27 medalhas de ouro em olimpíadas científicas, dedicando cerca de 30 minutos do seu dia a estudá-las. Para ele, os resultados vêm da curiosidade e do prazer de aprender, e não apenas da busca por prêmios. “As medalhas enferrujam, mas o conhecimento fica”, ele resume de forma sábia.

Desde pequeno, Theo sempre se interessou por ciências e matemática. Em casa, ler e discutir sobre esses assuntos era parte do cotidiano. Ele acredita que a empolgação com novos conteúdos, e não a competição, é o que o motiva a manter uma disciplina de estudos.

Quando se focava apenas em conquistar medalhas, percebeu que seu desempenho caía. Para ele, a chave do sucesso é estar atento ao processo de aprendizado.

Primeiro contato com olimpíadas e a mudança de postura

Theo começou a participar de competições em 2022, com a Canguru de Matemática e a Olimpíada Nacional de Ciências. Sem uma preparação adequada, ele conseguiu apenas uma medalha de bronze, mas viu ali a oportunidade de progredir. No ano seguinte, ao não repetir o resultado, percebeu que se preocupou mais com o pódio do que com o aprendizado em si.

Depois desse diagnóstico, decidiu se expor a mais competições, adotando uma nova perspectiva: cada prova seria uma chance de aprender algo novo.

Do tropeço ao avanço nas áreas exatas

Com essa nova abordagem, Theo diversificou suas áreas de interesse. Adicionou física, matemática e astronomia à sua lista, e logo conquistou medalhas de ouro na Olimpíada Mandacaru de Matemática. Um dos seus destaques foi quando recebeu o troféu “aluno arretado”, que é dado aos melhores classificados.

Theo acredita que essa mudança aconteceu quando ele tornou os estudos uma atividade prazerosa, dividindo as metas em pequenos e frequentes passos.

Cultura de estudos em casa: apoio e método

O apoio da família de Theo é um grande pilar para seu aprendizado. Sua mãe, Priscila, que é jornalista e formada em letras, ajuda a tornar o estudo mais divertido e prático. Em casa, a leitura e a organização do raciocínio são sempre incentivadas. Theo costuma explicar conteúdos para sua mãe, pois acredita que ensinar é uma ótima forma de fixar o conhecimento.

Durante a pandemia, ele até criou vídeos para compartilhar o que aprendia, usando o nome “Professor Theobaldo”, em um perfil da sua mãe.

Agenda enxuta e constância

Theo estuda em um colégio regular pela manhã e, à tarde, ainda arruma tempo para atividades como taekwondo e inglês. Ele garante que reserva cerca de meia hora diariamente para rever o que aprendeu ou resolver exercícios. Se não conseguir, compensa nos dias seguintes com sessões mais longas.

Ele mantém um caderno onde anota dúvidas, conceitos e estratégias de resolução, servindo como uma ótima memória externa.

Método próprio: estudo breve e acumulativo

Para Theo, estudar é um processo cumulativo. A cada tema novo, ele registra suas impressões e exemplos práticos. Esse método mais curto funciona porque ele já tem uma base sólida. O caderno ajuda a relembrar o que aprendeu e a conectar diferentes conteúdos, sempre priorizando a constância e a revisão.

Olimpíadas como ferramenta, não como fim

Para Theo, participar de competições é uma forma de diagnosticar seu aprendizado. Ao enfrentar provas diversas, ele consegue identificar suas falhas e voltar ao conteúdo com um foco preciso. As medalhas são apenas consequência desse trabalho. “É preciso ter essa vontade e motivação para aprender”, diz ele, ressaltando que ao diminuir a pressão por resultados imediatos, encontrou leveza em seu aprendizado.

Escola, pares e multiplicação do interesse

Na escola, ele criou um comitê voltado para olimpíadas científicas, incentivando colegas a participarem. O grupo atraiu muitos alunos, promovendo discussões sobre editais, cronogramas e estratégias de estudo. As dinâmicas incluem troca de materiais e simulação de provas, ajudando a criar um ambiente colaborativo.

Quando alguém não alcançar o resultado esperado, o foco é analisar os erros e ajustar a preparação.

Aprender ensinando: a força do estudo colaborativo

Theo acredita que estudar em equipe é muito eficaz. Para ele, explicar conteúdos ajuda a consolidar o próprio conhecimento. Durante as reuniões de estudo, ele propõe desafios e incentiva os colegas a verbalizarem seu raciocínio.

Esse método, onde todos registram as lições e pontos a melhorar, garante que todos saiam aprimorados cada vez mais.

Família ampliada e primeiras experiências do irmão

O sucesso nas olimpíadas também contagiou seu irmão mais novo, Benjamin, de apenas 7 anos. Ele já conseguiu medalhas de ouro e prata em competições de português e literatura. Para Theo, a experiência do irmão confirma que é possível cultivar o gosto pelo estudo quando esse processo é claro e bem apoiado.

Internet como ferramenta, não como vitrine

Theo faz um uso discreto das redes sociais. Para ele, a internet serve principalmente para pesquisas e troca de materiais. Ele utiliza provas antigas e livros digitais, sempre com um objetivo claro, sem se expor demais.

O que sustenta o interesse

Para Theo, estudar vai além da escola ou do futuro emprego. Para ele, aprender é um cuidado com a saúde mental e uma forma de se manter ativo. “O estudo é fundamental para o desenvolvimento e a saúde cognitiva”, diz.

Como transformar estudo em diversão

Theo sugere três passos para isso. Primeiro, dar sentido ao que se estuda, conectando com problemas reais. Segundo, dividir o estudo em períodos curtos, com metas claras e revisões rápidas. Por último, trocas de conhecimento com outras pessoas, pois ensinar requer organização de pensamento.

Um percurso em construção

Os 27 ouros de Theo, entre mais de 60 medalhas, são fruto de um processo contínuo. Para ele, a grande mudança aconteceu quando ele começou a ver as medalhas como consequência e não como objetivo final. O apoio da família e da escola também foram fundamentais para criar um ambiente propício ao aprendizado.

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