Justiça concede prisão domiciliar a Danúbia Rangel com condições

O juiz da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro, Rafael Estrela, decidiu que Danúbia Rangel, ex-mulher do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, conhecido como Nem da Rocinha, poderá cumprir sua pena em prisão domiciliar. No entanto, essa concessão vem com várias restrições. Danúbia deverá usar uma tornozeleira eletrônica e está proibida de utilizar celulares, tablets e computadores.
Danúbia foi presa no dia 5 de janeiro, enquanto ainda estava em uma maternidade na Barra da Tijuca, onde acabara de dar à luz uma menina que apresenta síndrome de Down. O juiz pediu que a defesa apresentasse exames médicos que comprovassem a situação de saúde da criança e a necessidade de cuidados especiais. Segundo a Lei de Execuções Penais, a prisão domiciliar pode ser concedida a mulheres com filhos menores de 12 anos, especialmente quando a criança necessita de atenção especial.
O Ministério Público do Rio (MPRJ) se manifestou contra a decisão de conceder a prisão domiciliar. A promotoria argumentou que Danúbia atuava como uma espécie de “xerifa” do tráfico na comunidade da Rocinha, colaborando com seu ex-companheiro em atividades de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro por meio de uma empresa de produtos de beleza.
Condenada a 9 anos e 4 meses de prisão por lavagem de dinheiro, Danúbia cumprirá sua pena em casa e a decisão é final, ou seja, não há possibilidade de novos recursos. O juiz deixou claro que a prisão domiciliar deve respeitar as regras do regime fechado, exigindo que Danúbia permaneça em casa integralmente, com a saída permitida apenas com autorização judicial.
Danúbia será responsável pela guarda do equipamento de monitoramento, devendo evitar danificá-lo e mantendo-se afastada de meios de comunicação que a conectem ao mundo exterior, como telefone e internet. Apenas os contatos com advogados e médicos são permitidos, desde que aprovados pela justiça. Ela também não poderá sair do estado do Rio de Janeiro e, se mudar de endereço, deverá informar à Central de Monitoramento Eletrônico.
Antes de obter a autorização para a prisão domiciliar, Danúbia ficou 11 dias internada com a filha em uma unidade maternal dentro do presídio Talavera Bruce, localizado no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.
Danúbia Rangel já possui um histórico criminal que inclui uma prisão anterior em 2014, quando foi acusada de associação ao tráfico. Após ser liberada em 2016, tornou-se foragida ao não cumprir as condições impostas pelo tribunal.
Ela foi presa novamente em 2017, sob a acusação de ajudar o ex-companheiro a comandar o tráfico mesmo estando encarcerado. Sua condenação na época foi de 8 anos, 2 meses e 20 dias por associação ao tráfico e corrupção ativa.
Recentemente, em 2022, ainda dentro do sistema penitenciário, Danúbia desrespeitou as regras ao publicar selfies nas redes sociais e, como consequência, teve seu regime alterado para o fechado, com redução de benefícios.
Em janeiro de 2024, Danúbia foi solta após cumprir parte de sua pena. Sua libertação foi celebrada em um encontro com amigos e familiares e logo em seguida, ela voltou a se engajar nas redes sociais, onde promove procedimentos estéticos e compartilha seu novo estilo de vida, conquistando mais de 50 mil seguidores.