Executivos abandonam home office e demitem por baixa produtividade

O home office, que surgiu como uma saída prática durante a pandemia, agora provoca debates acalorados no mundo corporativo. O que antes era visto como um avanço na flexibilidade e na produtividade já não é mais unanimidade. Hoje, muitas empresas estão exigindo o retorno obrigatório aos escritórios. Essa pressão cresce à medida que se intensificam as discussões sobre liberdade individual versus eficiência coletiva, especialmente com a chegada de 2025.
Cada vez mais, executivos de peso têm criticado o trabalho remoto. Um dos exemplos mais notáveis é Elon Musk, CEO da Tesla e SpaceX, que não hesita em afirmar que o home office é “besteira” e que o trabalho presencial é insubstituível. Essa visão deixou muitos questionando o futuro do trabalho.
Google (Alphabet)
Em 2025, a Alphabet, dona do Google, decidiu restringir o home office, principalmente para os funcionários que moram a menos de 80 quilômetros de um escritório da empresa. Para esse grupo, a regra é clara: pelo menos três dias na semana precisam ser trabalhados presencialmente.
Por outro lado, a empresa ainda permite que cada equipe avalie suas próprias necessidades, o que significa que a política pode variar de acordo com o tipo de projeto e a necessidade de colaboração.
Críticas ao trabalho remoto do CEO da Amazon
Na Amazon, o CEO Andy Jassy também defende a volta aos escritórios. Segundo ele, a colaboração atinge seu auge quando os times estão juntos fisicamente. Jassy acredita que a presença no escritório fortalece a cultura corporativa e acelera a inovação. Ele afirma que a estratégia não é sobre cortes de gastos, mas sobre garantir que a empresa continue competitiva.
Jassy argumenta que reunir os funcionários algumas vezes por semana é crucial, especialmente em um mercado tão competitivo.
Elon Musk e a influência no debate
Elon Musk mantém sua postura firme contra o home office. Ele chama essa prática de “moralmente errada”, dizendo que não é justo que executivos trabalhem de casa enquanto trabalhadores de fábrica têm que estar presentes. Para Musk, a verdadeira inovação acontece apenas quando todos estão no escritório.
Ele ainda sugere que aqueles que preferem trabalhar remotamente busquem carreiras que se adequem a essa preferência, pois, em sua visão, não há espaço para o home office em empresas que desejam criar produtos complexos.
Nem todos concordam com essa nova tendência
No entanto, nem todos compartilham dessa visão. O CEO do Dropbox, Drew Houston, critica os mandatos de retorno ao escritório. Para ele, tentar forçar as pessoas a voltarem a um modelo antigo de trabalho é, na verdade, contraproducente. Houston defende um modelo “virtual first”, onde o home office é a norma e a presença física só acontece quando realmente necessária.
Ele acredita que dar autonomia aos funcionários é essencial, já que a supervisão excessiva pode prejudicar a confiança, que é vital para a produtividade. O Dropbox se posiciona como um exemplo de flexibilidade nesse novo cenário de trabalho.
O caso do Itaú
No Brasil, a situação também se torna delicada. O Itaú Unibanco demitiu cerca de mil funcionários que estavam em regime híbrido ou remoto. A decisão foi pautada na percepção de produtividade dos funcionários no home office. O sindicato da categoria criticou a medida, afirmando que as demissões aconteceram sem diálogo e sem considerar o contexto das atividades.
A situação gerou indignação, especialmente porque as demissões ocorrem em meio a lucros robustos do banco. Para muitos, a justificativa de produtividade parece inconsistente frente aos altos ganhos.
Nota oficial do Itaú
Em nota, o Itaú alegou que os desligamentos são o resultado de uma revisão rigorosa do trabalho remoto, enfatizando a necessidade de preservar sua cultura e confiar em seus colaboradores. A instituição reitera que irá continuar monitorando a produtividade e a jornada de trabalho, mantendo o foco na gestão responsável.
Futuro em aberto
O que está em jogo é mais do que apenas onde as pessoas trabalham, mas também como será o futuro organizacional. As demissões no Itaú refletem uma tendência global de desconfiança em relação ao home office. Enquanto grandes empresas buscam manter a cultura corporativa, muitos funcionários lutam por mais autonomia.
A batalha entre liberdade individual e produtividade coletiva está longe de ser resolvida, e o futuro do trabalho promete ser um tema quente nos próximos anos.