Notícias

Civilização maia tinha população semelhante à de Minas Gerais

Um estudo recente da Universidade de Tulane trouxe à tona informações surpreendentes sobre a civilização maia. A pesquisa indica que, no auge, essa população chegou a atingir cerca de 16 milhões de habitantes, uma quantidade impressionante que equaliza à população de Minas Gerais. Isso altera completamente a visão que tínhamos sobre eles, que, em vez de viverem em cidades-estados isoladas, habitavam áreas urbanas e rurais interconectadas.

O autor principal do estudo, Francisco Estrada-Belli, destacou que os maias continuam a nos surpreender. A pesquisa se concentrou em áreas inexploradas da floresta tropical na Península de Yucatán, revelando muitas curiosidades inéditas.

Tecnologia revela território adormecido

Com uma extensão de cerca de 36 mil milhas quadradas, que não era habitada há mil anos, os pesquisadores usaram a tecnologia lidar para mapear as ruínas preservadas. O lidar é um sistema de detecção por luz que funciona com pulsos de laser lançados de aeronaves, criando mapas em 3D. Para isso, foram utilizados dados de várias fontes, incluindo a NASA.

Essa tecnologia permitiu que os cientistas descobrissem uma organização social maia muito mais complexa do que se pensava. As evidências mostram um povo numeroso e sofisticado, com cidades e áreas rurais bem planejadas.

Revisão histórica e aumento populacional

A expectativa anterior era que a população maia no Período Clássico Tardio, entre 600 e 900 d.C., estivesse em torno de 11 milhões. No entanto, o novo estudo aumentou essa estimativa em 45%, algo que surpreendeu os pesquisadores. Para Estrada-Belli, os dados confirmam que as Terras Baixas Maias eram, de fato, densamente povoadas e organizadas socialmente.

A análise das ruínas proporcionou uma visão mais clara sobre como as comunidades estavam dispostas e o seu tamanho.

Estrutura social avançada

Os achados revelam que a sociedade maia tinha uma organização bem definida. As residências e áreas agrícolas estavam concentradas em torno de praças controladas pela elite. Esses núcleos possuíam canais para a produção e distribuição de alimentos, evidenciando um planejamento coletivo.

Quase todas as moradias estavam a menos de cinco quilômetros das praças, permitindo que a população tivesse fácil acesso a centros cívicos e cerimoniais, em contraste com a ideia de vilas isoladas que predominava anteriormente.

Conexões além das cidades

Os pesquisadores agora afirmam que as aldeias maias não funcionavam de forma independente, como se acreditava. A nova perspectiva mostra que havia uma integração entre centros urbanos e rurais, demonstrando um planejamento abrangente que sustentava uma população numerosa.

Esses assentamentos formavam uma rede complexa, suportada por sistemas de transporte, produção e governança.

Potencial de novas descobertas

O estudo traz também uma nova abordagem para a pesquisa arqueológica. Com o uso de dados lidar já existentes, foi possível explorar áreas distantes sem novos voos. Essa metodologia poderá acelerar a investigação de outros sítios históricos, revelando novas descobertas em lugares difíceis de acessar.

Para os especialistas, isso representa um avanço considerável. Estrada-Belli acredita que agora temos evidências concretas da sofisticação da sociedade maia.

Um novo olhar sobre os maias

Os resultados vão além e indicam que os maias alcançaram um nível de complexidade social significativa. Suas cidades e campos foram projetados para garantir que a população permanecesse próxima aos centros de poder e tivesse acesso fácil a recursos essenciais.

Essa visão reforça a ideia de que os maias eram um povo adaptável e planejado, capaz de sustentar milhões de pessoas em um ambiente tropical desafiador. O estudo sugere que a tecnologia lidar será cada vez mais utilizada para revisitar a história de civilizações antigas, permitindo a descoberta do que ainda está esconso sob a vegetação e o tempo.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo