Cientistas descobrem 33 espécies antes desconhecidas no Ártico

Os pesquisadores da Universidade de Oslo, Universidade de Bournemouth, Museu Universitário de Bergen e da Universidade Norueguesa de Ciências da Vida se uniram para realizar um estudo que surpreendeu o mundo da biologia. Eles descobriram os registros mais antigos de uma comunidade animal, datando de impressionantes 75 mil anos atrás.
Esses achados foram feitos em uma caverna na costa norte da Noruega. A grande variedade de espécies encontradas ali promete ajudar a desvendar mistérios importantes sobre a fauna do Ártico. Entre os fósseis estão restos de urso-polar, morsa, baleia-da-Groenlândia, fradinho, êider-edredão, lagópode-branco, bacalhau-do-Atlântico, além de botos e até ossos de lêmures-de-colar! Vale destacar que esta última espécie nunca havia sido registrada na Escandinávia até agora.
Com base nesses dados, os cientistas acreditam que será possível entender melhor como esses animais se adaptam e os perigos que enfrentam atualmente. O aquecimento do planeta, que altera drasticamente os habitats, coloca essas criaturas em alerta. E isso é ainda mais relevante pois os fósseis remontam a um dos períodos mais quentes da Era Glacial.
Por que a descoberta das espécies no Ártico foi considerada rara?
A caverna chamada Arne Qvamgrotta revelou um panorama único de um ecossistema. Segundo Sanne Boessenkool, uma das autoras do estudo, existem poucas evidências com mais de 10 mil anos sobre a vida no Ártico. Isso torna essa descoberta ainda mais valiosa.
Além disso, a diversidade de espécies encontradas ali indica que havia uma relação dinâmica entre os ambientes marinho e terrestre, influenciada pelo derretimento do gelo. É um retrato de como a natureza opera mesmo nos tempos de mudança.
Infelizmente, a pesquisa mostra que muitas dessas espécies acabaram se extinguindo, pois não conseguiram migrar para novos habitats quando o gelo retornou. Esse fato nos faz pensar nas dificuldades que animais adaptados ao frio enfrentam diante das mudanças climáticas atuais. Embora no passado as mudanças tenham deixado o clima mais frio, agora o planeta se aquece, o que pode ser um desafio ainda maior para as espécies que dependem do Ártico.