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Casal enfrenta lobos e frio extremo no Alasca há 10 anos

Um casal decidiu trocar a vida agitada dos subúrbios da Nova Inglaterra para um estilo de vida totalmente diferente no Alasca. Eles enfrentam desafios como o frio intenso, lobos e o isolamento total, tudo para viver de forma autossuficiente. Dennis e Amy, conhecidos por suas postagens sob o nome de Holdfast Alaska, cultivam suas próprias plantas, caçam e coletam alimentos, utilizam energia renovável e buscam gerar o menor possível de lixo.

Nessa jornada, eles passaram a compartilhar sua experiência nas redes sociais, ajuda mútua e dicas para aqueles que desejam seguir o mesmo caminho. A ideia é desencadear a inspiração em quem sonha em se desconectar e buscar uma vida fora da rede elétrica.

O início de um sonho

Amy e Dennis cresceram em meio à vida suburbana. Quando se conheceram, logo após o ensino médio, decidiram morar juntos em um apartamento, mas a rotina urbana logo começou a pesar. O desejo de viver em contato com a natureza cresceu e se transformou em um projeto de vida: eles queriam criar uma família longe do ritmo frenético da cidade.

O casal começou a procurar áreas rurais no Maine. Depois de um tempo, encontraram um terreno grande sendo vendido por apenas US$ 5.000. Embora não tivesse eletricidade, internet ou água encanada, decidiram investir no local e construir uma pequena casa. Essa experiência foi fundamental para aprender a sobreviver sem os confortos modernos e se aproximar da comunidade local, que os apoiou muito.

Rumo ao Alasca

Com mais experiência nas costas, decidiram vender a primeira propriedade e mudaram-se para outra fazenda. Mas o sonho de uma vida verdadeiramente autossuficiente não os deixava em paz. Assim, partiram para o Alasca, onde a natureza selvagem e as regras flexíveis ofereciam uma chance de viver mais livremente.

Após uma longa viagem de quatro dias, chegaram à pequena cidade de Whittier e começaram a busca pela propriedade ideal. Encontraram um terreno ao longo do rio Kenai, que oferecia pesca farta, mas ainda não era o que queriam. Seis anos depois, mudaram-se para uma área ainda mais isolada, cercada por florestas e perto de um parque nacional. Dennis descreve o novo lar como o lugar mais selvagem que já conheceram.

Vida autossuficiente e desafios diários

Atualmente, o casal e a filha, Lena, dependem quase que exclusivamente da natureza ao redor. Caçam, pescam, cultivam vegetais e colhem frutas silvestres. A água vem de um rio próximo, mas o caminho até lá apresenta seus próprios perigos. Durante os invernos mais rigorosos, já se depararam com lobos enquanto buscavam suprimentos.

A cabana onde moram é bem pequena, mas aconchegante. Com uma cozinha bem planejada e uma lareira, é um espaço simples que oferece conforto. Dennis e Amy sentem que agora realmente vivem na fronteira. “Estamos cercados por mais de 10 milhões de acres de floresta nacional. Levamos mais de dez anos para chegar a este ponto e encher nosso defumador com alce e salmão”, falam com orgulho.

Liberdade e regras flexíveis

Uma das coisas que mais atraiu o casal ao Alasca foi a liberdade em construir e viver sem muitas regras. No estado, não existem Códigos, Pactos e Restrições (CC&Rs) rigorosos, permitindo que eles construíssem a casa sem precisar de licenças. No Maine, a situação era bem diferente, com a legislação exigindo autorizados para tudo, desde sistemas sépticos até varandas externas.

Por outro lado, essa liberdade vem acompanhada de isolamento e da necessidade de resolver questões sozinhos, sem a ajuda de autoridades locais.

Conselhos para quem deseja viver fora da rede

Nas redes sociais, o casal costuma compartilhar dicas práticas para quem deseja seguir um caminho similar. Eles destacam três aspectos essenciais: acesso, financiamento e restrições.

A respeito do acesso, é importante lembrar que quanto mais remota a propriedade, mais difícil será chegar até ela, especialmente na primavera. Eles recomendam sempre conferir a manutenção das estradas e se o caminho é legalmente reconhecido.

Sobre financiamento, eles sugerem negociar diretamente com os proprietários. Foi assim que compraram seu primeiro terreno, pagando uma entrada de US$ 5.000 e parcelando o restante.

Por fim, é preciso estar atento às restrições locais. Em alguns estados, há regras que proíbem viver fora da rede elétrica caso se tenha filhos.

Uma vida longe de tudo no Alasca

Apesar das dificuldades e do isolamento, Dennis e Amy não trocariam essa vida por nada. Para eles, a autossuficiência trouxe liberdade, propósito e uma conexão profunda com a terra. Mesmo dividindo um pouco de suas experiências nas redes sociais, eles preferem manter certa privacidade em casa, mostrando principalmente a vista linda do Alasca e o resultado de seu trabalho diário na horta e na floresta.

“Após anos vivendo aqui, finalmente sentimos que chegamos onde queríamos estar”, reflete Amy, transparecendo satisfação e leveza na escolha que fizeram.

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