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Café de R$ 1,5 mil o quilo vem de ave da Mata Atlântica

O café do jacu é uma das delícias mais intrigantes do Brasil. Originário da Mata Atlântica, esse café é produzido de uma maneira única e surpreendente. A ave jacu se alimenta dos frutos mais maduros do cafeeiro e, após a digestão, são coletados os grãos que passam por um processo cuidadoso de higienização e torra. O resultado é um café raro, suave e aromático, que atrai tanto turistas quanto aficionados por cafés especiais.

Toda a mágica acontece na Fazenda Camocim, uma referência quando se fala em café do jacu. Essa produção é realizada em um ambiente de agrofloresta, com ênfase em práticas orgânicas e biodinâmicas. Um detalhe que chama atenção é o preço: em 2025, o quilo do Jacu Bird Coffee chega a R$ 1.530. Esse valor elevado é parte do charme e exclusividade que cercam o produto, que é amplamente destacado em guias turísticos.

A fama do café do jacu não se limita ao Brasil, tendo ganhado uma visibilidade internacional, com várias matérias que falam do jacu como um “colhedor natural” que escolhe apenas os melhores frutos. Essa habilidade da ave é um fator que contribui para o sabor limpo e aromático do café, livre de amargor excessivo.

O que é o café do jacu e como ele é feito na Mata Atlântica

O jacu é uma ave nativa que vive nas florestas de Pedra Azul, em Domingos Martins. Na Fazenda Camocim, esses pássaros se deliciam com os grãos maduros nos talhões de café. Após a digestão, as sementes são manualmente recolhidas e passam por rigorosos processos de triagem, higienização e torra. O que torna o cafezinho ainda mais especial é que todo esse trabalho depende do que a ave come, tornando a coleta um verdadeiro desafio.

Desde a década de 90, a Fazenda Camocim adota práticas orgânicas e sustentáveis, sob a supervisão do produtor Henrique Sloper. Essa abordagem regenerativa garante a qualidade dos grãos e a entrega de um produto especial que é bastante procurado por chefs e baristas.

Por serem colhidos manualmente e em pequenas quantidades, a produção do café do jacu é limitada, o que justifica sua inclusão nas listas de cafés exóticos e de alto valor, tanto no Brasil quanto lá fora.

Preço do café do jacu em 2025 e por que ele é tão caro

Em 2025, a loja oficial vende o quilo do café do jacu por R$ 1.530. Esse preço elevado reflete uma série de fatores, como sua raridade, a mão de obra intensiva necessária para a coleta, a dependência do comportamento da ave e a crescente demanda turística pela experiência de degustar esse café exclusivo.

Além da questão da exclusividade, o custo também considera o esforço na triagem e as exigências para a secagem e torra, que são adaptadas aos padrões dos cafés especiais. É importante mencionar que o mercado global de café passou por flutuações, que influenciaram os preços desse produto premium.

Para quem busca uma experiência diferente, o Jacu Bird Coffee é uma opção que traz consigo uma história única, justificando seu preço acima da média.

Baixa cafeína e sabor: o que dizem o produtor e a ciência

Um dos aspectos interessantes do café do jacu é a quantidade de cafeína. O produtor afirma que, durante a digestão, o jacu consome parte da cafeína, resultando em um café mais suave. Em um estudo de 2022, foi constatado que a cafeína em grãos associados ao jacu pode ser 69% menor do que em cafés comuns, além de modificações em outros compostos que influenciam o sabor.

Essas informações ajudam a entender por que o café do jacu é frequentemente descrito como aromático, com acidez equilibrada e amargor reduzido. Essa combinação torna o café mais atraente para quem prefere um sabor mais doce e menos intenso.

Turismo rural em Pedra Azul ES: como conhecer o café do jacu

A Fazenda Camocim se tornou um destino turístico importante em Pedra Azul, oferecendo experiências guiadas e uma charmosa cafeteria. O funcionamento é de sexta a domingo, das 10h às 17h, e é sempre bom confirmar os horários antes da visita. Para quem não pode ir até lá, existem opções de embalagem menor, que permitem provar o café sem precisar comprar o quilo inteiro.

O turismo na região contribui significativamente para a economia local e também traz à tona a cultura do café especial. Muitos visitantes valorizam não apenas a degustação, mas também a oportunidade de entender o ciclo do café em um ambiente de agrofloresta.

Café do jacu x kopi luwak: diferenças, ética e sustentabilidade

É interessante traçar um paralelo entre o café do jacu e o conhecido kopi luwak da Indonésia, que é feito a partir dos grãos ingeridos e excretados por civetas. A principal diferença é que no Brasil, o jacu vive livremente em seu habitat, o que torna a produção mais ética e sustentável. Essa distinção é relevante, especialmente em um mercado que questiona as práticas de produção.

No Brasil, a integração de práticas de agrofloresta e as certificações de sustentabilidade contribuem para posicionar o Jacu Bird Coffee como um produto que respeita a biodiversidade da Mata Atlântica. Para consumir de forma consciente, é sempre bom pesquisar sobre a origem do café e o bem-estar dos animais, garantindo uma escolha mais ética.

Onde o Brasil entra no consumo e nas exportações de café

O Brasil é um gigante no mundo do café, sendo o segundo maior consumidor global, logo atrás dos Estados Unidos. Isso pode surpreender, já que muitas pessoas pensam que estamos em posições mais baixas. Nos dados de 2025, o país atingiu receitas recordes, com mais de US$ 1 bilhão em exportações, apesar das oscilações nos volumes embarcados.

Esse cenário realça a importância de cafés especiais e exóticos, como o do jacu, que se destacam em um mercado sempre em mudança, impactado por fatores como clima, preços e logística.

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