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Brasileiros vão ao Paraguai em busca de iPhones mais baratos

Comprar um iPhone no Paraguai virou o sonho de consumo de muitos brasileiros. Os preços lá são muito mais baixos que os praticados no Brasil, o que leva muita gente a cruzar a fronteira só para adquirir um aparelho novo. No entanto, é preciso ficar atento a uma parte que nem sempre recebe a devida atenção: os impostos envolvidos na compra.

Diferença de preços chama atenção

Os iPhones mais recentes estão disponíveis em várias lojas no Paraguai. Por exemplo, um iPhone 15 Pro Max com 1 TB custa aproximadamente 1.185 dólares. Já o modelo padrão do iPhone 15, com 128 GB, sai por cerca de 669 dólares. Para quem está habituado aos preços no Brasil, essas cifras são bem atraentes. Um modelo que lá custa, por exemplo, quase 4.800 reais a menos que no Brasil realmente chama atenção.

O iPhone 16 também está sendo vendido por preços competitivos. O Pro Max com 256 GB pode ser encontrado por 1.145 dólares, enquanto o modelo Pro custa em torno de 940 dólares. Assim, quem não precisa de tanto espaço pode optar por versões menores, que ainda entregam um ótimo desempenho.

Outra opção que se destaca é o iPhone SE, que, apesar de ser mais simples, é vendido a 580 dólares. Ele oferece uma boa câmera e a compatibilidade com funções legais como o AirDrop, chegando a atender às necessidades da maioria das pessoas.

Regime fiscal reduzido favorece o turista

A diferença de preço se deve, em grande parte, ao regime tributário do Paraguai. O país possui um sistema chamado Regime de Turismo de Compras, que proporciona taxas bem mais baixas para estrangeiros, especialmente em produtos eletrônicos. Enquanto a alíquota comum do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) é de 10%, os turistas pagam apenas 1,25%.

Para garantir esse benefício, o comprador deve se identificar como visitante e apresentar um documento oficial, que pode ser o passaporte ou a carteira de identidade. Não dá para usar a habilitação brasileira para isso. A loja registra esse documento e aplica a redução no ato da compra, ou seja, não tem que se preocupar em pedir reembolso depois.

Esse sistema torna a compra de eletrônicos no Paraguai uma opção irresistível para muitos brasileiros.

Volta ao Brasil exige atenção à cota

No entanto, ao voltar para o Brasil, é fundamental ficar ligado nas regras da Receita Federal. A primeira delas é a cota de isenção. Quando a entrada é feita por terra, como a que ocorre em Ciudad del Este, cada pessoa pode trazer até 500 dólares em produtos sem ter que pagar imposto.

Acima desse limite, o viajante precisa declarar a mercadoria e pagar 50% de imposto sobre o que ultrapassa a cota. Por exemplo, se você compra um produto de 600 dólares, terá que pagar 50% sobre os 100 dólares que passaram do limite, resultando em 50 dólares de imposto.

Esse processo de regularização deve ser realizado pela Declaração Eletrônica de Bens do Viajante (e-DBV), que é bem simples de preencher online. O pagamento do imposto pode ser feito na entrada, utilizando débito ou Pix — cartões de crédito não são aceitos.

Uso pessoal ou tentativa de revenda?

Além do valor da compra, o destino do produto também é uma questão importante. Se o iPhone for para uso pessoal, ele pode ser isento de tributação, mesmo que ultrapasse a cota. Para isso, precisa estar fora da embalagem original e em uso visível. Entretanto, a avaliação é subjetiva, e o agente da Receita decidirá se o item é pessoal ou não.

Um iPhone que ainda está lacrado, por exemplo, pode levantar suspeitas, especialmente se você estiver levando mais de um aparelho igual. Nesse caso, a tentativa de trazer múltiplas unidades pode ser considerada evasão fiscal, aumentando o risco de apreensão e ainda gerando a cobrança do imposto de 50%.

Economia pode valer a pena, mas regras são claras

Uma viagem até o Paraguai pode fazer muito sentido, principalmente para quem busca um iPhone 15 ou 16 Pro por um preço bem mais acessível. A economia realmente pode justificar a transação, e o regime de impostos reduzidos ajuda bastante.

Entretanto, o retorno ao Brasil pede atenção redobrada. É preciso respeitar a cota da Receita Federal e demonstrar que o uso é pessoal. Ignorar essas regras pode trazer problemas na hora da fiscalização.

Com um bom planejamento, escolhendo o modelo certo e revisando a documentação, você consegue trazer seu novo iPhone com tranquilidade e um ótimo preço.

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