Trump envia submarinos nucleares após alerta de ex-presidente russo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (1º) o envio de dois submarinos nucleares para "zonas apropriadas". A decisão veio em resposta ao ex-presidente russo Dmitry Medvedev, que afirmou que as recentes pressões dos EUA podem levar os dois países a uma guerra total.
Essas tensões vêm crescendo por conta do conflito na Ucrânia e da ameaça dos Estados Unidos de impor tarifas pesadas sobre o petróleo russo. Em contrapartida, a Rússia trouxe à tona um sistema nuclear automático conhecido como "Mão Morta", aumentando as preocupações sobre um possível confronto direto entre nações nucleares.
O que motivou o envio dos submarinos nucleares?
A ordem de Trump se seguiu a um post de Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, no Twitter, onde ele comentou que os ultimatos dos EUA em relação à Ucrânia são um grande passo rumo à guerra. Medvedev ainda lembrou a Trump que a Rússia tem um sistema de retaliação que se ativaria mesmo com a destruição do governo central.
Em resposta a essas declarações, Trump comentou: “Orientei que dois submarinos nucleares fossem posicionados, caso essas falas inflamadas sejam mais do que simples palavras. O que se diz tem muito peso e pode resultar em consequências indesejadas.”
O que é o sistema “Mão Morta” citado pela Rússia?
O Mão Morta (ou Perimetr, como é chamado na Rússia) é um sistema criado na década de 1980 que garante retaliação nuclear, mesmo se o comando militar russo for completamente destruído. Esse sistema pode detectar sinais de um ataque nuclear e, se não houver comunicação com o Kremlin, libera automaticamente o lançamento de mísseis intercontinentais.
O simples fato de mencionar esse sistema gera um alarme nas relações internacionais, indicando que a Rússia está elevando seu estado de alerta estratégico, embora agências de monitoramento ainda não tenham confirmado movimentos militares significativos.
Qual o impacto estratégico do envio dos submarinos?
Com essa medida, Trump sinaliza que os EUA estão prontos para uma resposta nuclear caso a Rússia intensifique suas ações. Os submarinos nucleares são a parte mais discreta e segura da força de dissuasão americana, operando silenciosamente em qualquer oceano e podendo lançar mísseis de precisão de locais não revelados.
Esse posicionamento também visa barrar possíveis iniciativas russas de pressão diplomática e reafirmar a aliança dos Estados Unidos com os países europeus e a OTAN, principalmente em um momento de incerteza sobre diálogos entre Kiev e Moscou.
Qual a posição da Rússia após o incidente?
O presidente Vladimir Putin se pronunciou sobre a situação, manifestando o desejo de uma "paz duradoura e estável" na Ucrânia. No entanto, reafirmou as condições que considera inegociáveis para um cessar-fogo: controle russo sobre as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia, Kherson e Crimeia, além da exclusão da Ucrânia da OTAN e a suspensão do envio de armamentos ocidentais.
Essas exigências são rejeitadas pela Ucrânia, que pede a retirada total das tropas russas e garantias de segurança. O presidente ucraniano Volodimir Zelensky expressou sua vontade de se encontrar com Putin, mas o Kremlin descartou a possibilidade de negociações no momento.
O que pode acontecer agora?
Analistas militares acreditam que os submarinos devem ficar em áreas de patrulha próximas ao Atlântico Norte e ao Pacífico Ocidental, prontos para qualquer movimentação russa. Embora um confronto direto ainda pareça remoto, a retórica nuclear reacendeu discussões sobre a estabilidade estratégica entre as potências.
Além disso, esse gesto de Trump reforça sua imagem de dureza em um ano eleitoral, especialmente considerando as críticas sobre o prolongamento da guerra na Ucrânia e os elevados custos de apoio militar para Kiev.