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Cidade espanhola proíbe mortes aos fins de semana

Com cerca de 4 mil habitantes, a cidade de Lanjarón, na província de Granada, se viu diante de um grande desafio: não havia mais espaço nos cemitérios para novos sepultamentos. Então, a prefeitura resolveu agir com um toque de criatividade para chamar a atenção do governo regional sobre a urgência de se adquirir um novo terreno para enterros.

O então prefeito, José Rubio, lançou um decreto inusitado, pedindo aos moradores para “tomarem extremo cuidado com a saúde” e, especialmente, para não falecerem aos fins de semana, enquanto não se encontrasse uma solução. O texto era claro e inusitado: “Pedimos encarecidamente que ninguém faleça até que tenhamos espaço digno para nossos mortos.”

Medida simbólica teve apoio da população e repercussão internacional

Os habitantes da cidade levaram a situação com bom humor, e a iniciativa ganhou destaque na mídia internacional. O jornal norte-americano Deseret News noticiou que o objetivo do decreto era provocar uma reflexão e pressionar por uma solução rápida para o problema.

Esse tipo de abordagem não é exclusividade de Lanjarón. No Brasil, um exemplo semelhante aconteceu em 2005, na cidade de Biritiba Mirim, em São Paulo. O então prefeito, Roberto Pereira da Silva, sancionou uma lei simbólica que tornava “ilegal” morrer, por conta da falta de espaço no cemitério local.

Lanjarón, no sul da Espanha, é bastante conhecida por suas águas termais e decretos inusitados, incluindo a proibição de morrer nos fins de semana.

No Brasil, a situação era complicada pelas restrições ambientais, que impossibilitavam a construção de novos cemitérios em áreas urbanas ou nas proximidades de fontes de água. Após a repercussão do caso em Lanjarón, as autoridades brasileiras começaram a buscar alternativas legais.

Após anos de impasse, município brasileiro conseguiu novo cemitério

Só em 2010 foi permitida a construção de um novo cemitério em Biritiba Mirim, após muitas mobilizações e uma revisão de normas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). O novo local, situado no bairro Jardim Takebe, tem capacidade para até 12 mil sepultamentos.

Essas situações mostram como ações simbólicas e até irônicas podem realmente impactar políticas públicas, especialmente em áreas essenciais como a saúde e os serviços funerários. Ambas as cidades utilizaram o humor como uma maneira de sensibilizar as pessoas e acelerar decisões administrativas relevantes.

Esses episódios estão gravados na memória coletiva, lembrados como exemplos interessantes de como ações governamentais podem emergir em momentos desafiadores.

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