Juliana Oliveira adia processo contra o SBT

Ex-assistente de palco desiste de ação contra SBT
A humorista Juliana Oliveira, que foi assistente de palco do apresentador Danilo Gentili no SBT, decidiu não entrar, pelo menos por enquanto, com uma ação judicial contra a emissora. A razão para essa escolha é a prioridade dada a uma investigação criminal em andamento que envolve acusações de violência sexual contra o apresentador Otávio Mesquita.
A informação foi confirmada pelo advogado da artista, Hélio Júnior. Ele explicou que Juliana pretende focar seus esforços na apuração criminal que está sendo conduzida pela Polícia Civil de São Paulo. O inquérito investiga as denúncias de violência sexual feitas por Juliana contra Mesquita. Segundo Hélio, a estratégia é resolver primeiro essa questão criminal para, então, construir um caso mais sólido para uma possível ação de indenização contra o SBT.
Atualmente, Otávio Mesquita processou Juliana por danos morais e continua apresentando seu programa diário na emissora. Juliana, que se manifestou publicamente sobre o caso uma única vez, agradeceu o apoio que recebeu durante esse período. O SBT, em sua defesa, nega ter ignorado as queixas de Juliana, assegurando que tomou todas as medidas cabíveis quando soube das denúncias.
Juliana alega que procurou a emissora em duas ocasiões, mas não recebeu a atenção necessária para suas queixas. Segundo ela, a emissora não tomou providências adequadas, nem mesmo iniciou uma investigação mais detalhada sobre os relatos.
Em fevereiro de 2024, Juliana deixou o programa "The Noite" e também o "Chega Mais", um matinal que foi exibido até novembro do ano passado. O desligamento do SBT veio em um momento de alegações graves a respeito da conduta de Otávio Mesquita.
As supostas agressões de Mesquita contra Juliana teriam ocorrido em 25 de abril de 2016, durante uma gravação do "The Noite". No episódio, Mesquita entrou no palco de maneira inusitada e, ao interagir com Juliana, teria feito toques indesejados e simulações de atos sexuais. Estas ações, que duraram cerca de três minutos, foram gravadas e exibidas na televisão. Durante os acontecimentos, Danilo Gentili comentou sobre a situação, fazendo referências desconfortáveis.
Juliana tomou a iniciativa de formalizar a denúncia ao Ministério Público de São Paulo, onde acusou Mesquita de estupro. Para ele, as alegações são absurdas e afirmou que a denúncia só surgiu agora, após a demissão de Juliana do SBT.
Essa situação levanta questões importantes sobre a responsabilidade das emissoras na proteção e no tratamento de seus funcionários em casos de abuso e assédio, além de refletir sobre o funcionamento do sistema judicial no país.