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Moradores lucram e ganham prêmios ao pedalar nesta cidade

Moradores de Utrecht, na Holanda, estão participando de um programa super interessante que transforma os quilômetros pedalados em benefícios reais, como dinheiro, prêmios e descontos.

O projeto, chamado “Snuffelfiets” ou “Bike Benefit Program”, usa tecnologia para acompanhar as rotas e recompensar os ciclistas que adotam um estilo de vida mais sustentável.

Como funciona o programa de créditos por pedalar

Os ciclistas instalam sensores inteligentes em suas bicicletas. Esses dispositivos registram automaticamente a rota, o horário, a qualidade do ar, as condições das vias, a umidade e até a temperatura. As informações são enviadas para um aplicativo e um painel de dados onde os usuários podem monitorar seus trajetos e os pontos acumulados.

Basicamente, a cada trecho percorrido em áreas específicas, os ciclistas acumulam créditos. E o melhor: esses créditos podem ser trocados por descontos no comércio local, em restaurantes, lembretes de transporte público ou até mesmo doações para causas sociais. A gestão do sistema é feita pelo aplicativo, o que garante um uso simples e transparente.

Objetivos e benefícios do incentivo ciclístico urbano

Utrecht criou o “Snuffelfiets” com três metas principais: reduzir o trânsito de carros, melhorar a qualidade do ar e incentivar hábitos saudáveis. Estimular as pessoas a pedalarem em horários alternativos ajuda a evitar os congestionamentos nos horários de pico, unindo a economia local e a mobilidade sustentável.

A cidade está investindo em infraestrutura cicloviária moderna, com ciclovias de alta qualidade e bicicletários amplos. Por exemplo, Utrecht possui o maior estacionamento do mundo para bicicletas, com mais de 12.500 vagas, além de promover desafios interbairros entre empresas e escolas.

Utrecht como referência em mobilidade sustentável

Várias características fazem de Utrecht uma vitrine para a mobilidade sustentável. Um dos destaques é que há mais bicicletas do que habitantes! Na verdade, a média é de 1,3 bicicletas por pessoa. No país, cerca de 15 bilhões de quilômetros são pedalados anualmente, o que dá cerca de 880 km por habitante.

Outro ponto forte é o maior bicicletário do mundo, localizado próximo à estação central, e as iniciativas corporativas que oferecem incentivos e reembolsos para os funcionários que utilizam bicicleta no caminho para o trabalho. A cidade também monitora o uso das ciclovias em tempo real e tem compartilhado essas informações abertamente.

O modelo do Snuffelfiets já foi adotado em outras cidades dos Países Baixos, como Eindhoven, e em Bruxelas.

Expansão do Snuffelfiets em outras cidades

O projeto começou com apenas 10 bicicletas na cidade de Zeist, mas rapidamente cresceu para 500 unidades na província de Utrecht e mais 50 em Gelderland. Essa expansão é resultado da colaboração entre a província, o Instituto Nacional de Saúde e Meio Ambiente (RIVM), a empresa de sensores SODAQ e a plataforma de dados Civity.

Os dados coletados incluem partículas no ar, temperatura, umidade e condições das vias, tudo validado pelo RIVM. Isso garante que as informações sejam confiáveis e úteis para ajudar os cidadãos a escolherem rotas com menos poluição.

Impacto ambiental e social positivo

O uso dos sensores móveis permitiu entender onde e quando ocorrem picos de poluição, o que ajuda a limpar o ar. Além disso, há um guia para reparos e melhorias rápidas na infraestrutura, e isso representa um impacto positivo na saúde, já que as rotas menos poluídas ajudam a proteger pessoas com doenças respiratórias.

Tecnologia por trás do benefício ciclístico

O sistema “sniffer bike” utiliza dispositivos de Internet das Coisas (IoT), que coletam dados por meio de sensores de temperatura, umidade e gases orgânicos. A nova tecnologia permite a detecção de óxidos de nitrogênio, e a instalação é resistente a vandalismos, podendo ser aplicada até em bicicletas compartilhadas.

Desafios e resultados do programa de Utrecht

Utrecht tem cerca de 360 mil habitantes e aspira até 2023 a alcançar que 50% das viagens de até 15 km sejam feitas de bicicleta. O programa já conta com dados de mais de 500 voluntários e abrangerá toda a rede cicloviária da província em 2025.

Embora os resultados sejam animadores, ainda não há dados públicos que quantifiquem o valor financeiro médio dos créditos acumulados por quilômetro pedalado ou o volume total de prêmios distribuídos neste ano, o que torna difícil medir o impacto financeiro do projeto até agora.

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