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A disputa de US$ 3 bilhões pelo futuro de ‘South Park’

A estreia da 27ª temporada de South Park, marcada para o dia 23 de julho, está em dúvida devido a um impasse entre os criadores da série, Trey Parker e Matt Stone, a Paramount Global e a nova proprietária do estúdio, a Skydance. O conflito central está relacionado a um novo contrato de 10 anos no valor de US$ 3 bilhões, que triplicaria o valor do contrato atual, que termina em 2027.

A Park County, a empresa de entretenimento dos criadores, acredita que chegou a um acordo básico com a Paramount antes da aquisição pela Skydance. Uma fonte próxima à negociação afirmou que a Paramount, antes da compra, estava interessada em um leque mais amplo de possibilidades, diferente do que seria aprovado pela nova gestão.

Entretanto, a Skydance afirma ter direitos de aprovação sobre contratos e rejeita a proposta de um novo contrato para além de cinco anos, priorizando a manutenção de reservas financeiras em um cenário de rápida mudança no setor de mídia. Um representante da Park County comentou que, apesar de não haver solução no momento, todos reconhecem a necessidade de resolver a situação rapidamente. Até o momento, tanto a Skydance quanto a Paramount se recusaram a comentar sobre o caso.

Diante das dificuldades, Parker e Stone contrataram Bryan Freedman, um advogado de destaque conhecido por suas manobras legais, para auxiliar possíveis ações judiciais contra a nova gestão da Skydance, incluindo o CEO David Ellison. A renúncia à negociação pode resultar em uma batalha de relações públicas que poderia prejudicar a reputação da Skydance.

Os atrasos na negociação já impactaram a data de estreia da nova temporada, que já foi adiada em duas semanas. A relação entre Parker e Stone, uma das duplas criativas mais reconhecidas em Hollywood, e a Skydance é uma preocupação, assim como o futuro do programa após mais de 28 anos e 300 episódios.

Em um comunicado nas redes sociais, Parker e Stone expressaram sua frustração com a situação: “Este acordo está se tornando um problema e está atrapalhando South Park. Estamos na produção de novos episódios e esperamos que os fãs possam vê-los de alguma forma.”

A série South Park é de propriedade da Paramount por meio de uma joint venture com Parker e Stone, conhecida como South Park Digital Studios. Essa parceria, que data de 2007, garante que a Park County receba cerca de 50% da receita de streaming. Durante anos, a série foi um sucesso na televisão e em DVDs, enquanto o streaming ainda era um conceito novo. A Park County começou a disponibilizar episódios em um site dedicado, mas mudanças nos serviços de streaming, como Netflix e HBO Max, transformaram a forma como conteúdos são monetizados.

Recentemente, o contrato de streaming da série expirou em 30 de junho, o que forçou a Park County a estender um acordo temporário com a Warner Bros. Discovery para que South Park continuasse disponível no HBO Max. Além disso, o contrato internacional da Paramount+ para exibir a série também expirou, levando o serviço a retirar a série de sua plataforma global.

As negociações entre a Paramount e a Park County são tensas. Kevin Morris, o advogado da Park County, mantém uma posição firme por um contrato que garanta pelo menos US$ 3 bilhões. Morris se tornou uma figura conhecida nacionalmente por seu apoio legal e financeiro a Hunter Biden.

Chris McCarthy lidera a Paramount, acompanhando as negociações entre as partes envolvidas. O impasse na fusão entre Paramount e Skydance também é complicado por questões políticas e um processo envolvendo a CBS, mãe do programa 60 Minutes.

Outro fator a ser considerado são os US$ 800 milhões em um empréstimo que a Park County recebeu da firma de private equity Carlyle Group em 2023. Parker e Stone podem estar pressionados a gerar receita para cobrir cerca de US$ 80 milhões em juros anuais. Embora a Paramount possa estar disposta a pagar mais de US$ 150 milhões anualmente em um novo contrato, eles não estão abertos a um compromisso de dez anos.

A Skydance acredita que o acordo atual permite a aprovação de todos os contratos importantes. No entanto, a Park County argumenta que a Skydance não tem controle até que a fusão seja oficialmente concluída, aumentando as chances de um embate legal.

A Park County enviou uma carta à Skydance, exigindo que parassem qualquer interferência nas negociações: “Se essas atividades continuarem, não teremos outra opção a não ser agir para proteger nossos direitos.”

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