Raul Gazolla fala sobre perdas e traumas no doc ‘Henry Borel’

O caso de Henry Borel, uma tragédia que chocou o Brasil em 2021, volta a ser destacado com o lançamento da série documental "Caso Henry Borel – A Marca da Maldade." O primeiro episódio da produção, exclusiva da VEJA, está disponível na plataforma VEJA+ a partir de segunda-feira, 14, às 22h.
Henry Borel tinha apenas 4 anos quando faleceu, no dia 8 de março de 2021, em seu apartamento, onde vivia com a mãe, Monique Medeiros, e o padrasto, Dr. Jairinho, que é médico e ex-vereador. Tanto Monique quanto Jairinho estão presos, após serem acusados em decisão unânime do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro pela morte do menino. O pai de Henry, Leniel Borel, tornou-se um defensor da busca por justiça, aparecendo frequentemente na mídia para falar sobre o caso.
O ator Raul Gazolla, que narra o documentário, também enfrenta uma história pessoal trágica. Em 1992, sua namorada, a atriz Daniella Perez, foi assassinada, o que lhe confere uma perspectiva íntima sobre crimes violentos. Durante uma entrevista, Raul comentou que a narração do documentário sobre Henry o impactou profundamente, levando-o a refletir sobre a dor e a condição de ser um pai, o que o ajudou a entender a gravidade da situação de Henry e a cumplicidade da mãe no crime.
No documentário, Raul destaca que Henry já vinha enfrentando maus tratos antes de sua morte, sendo incapaz de verbalizar o que sofria diante de seus pais. Essa violência, segundo ele, foi crescendo até culminar em seu assassinato. Raul expressou sua impotência ao ver esses crimes acontecerem, ressaltando a necessidade de discutir a seriedade desses atos.
Ele também mencionou sua opinião sobre a falta de penas severas no Brasil, como a pena de morte ou prisão perpétua, e destacou que indivíduos que cometem crimes tão hediondos não deveriam ter a oportunidade de retornar à sociedade. Para ele, é crucial que a sociedade saiba sobre a gravidade dessas ações para melhor compreender os riscos envolvidos.
Além do caso de Henry Borel, Raul traçou um paralelo com a situação que envolveu Daniella Perez. Ele explicou que, na época de sua namorada, a ausência das redes sociais tornava a informação suscetível a Fake News e desinformação na mídia tradicional. Ele relatou como a cobertura mediática confusa e as diversas versões dos criminosos dificultavam a verdade.
Raul também comentou sobre a importância de lidar com as dores e traumas que acompanham essas tragédias. Um dos pontos que ele abordou foi o impacto emocional que a perda de filhos provoca nos pais, compartilhando sua compreensão da dor que a mãe de Daniella, Gloria Perez, e o pai dela enfrentaram.
A série sobre Henry Borel tem reprises programadas entre terça e sexta-feira, com horários variados, e aos fins de semana, permitindo que mais pessoas possam acompanhar essa triste história e refletir sobre suas implicações sociais.