Teoria aponta que a Terra pode estar em um grande vazio

Durante um recente Encontro Nacional de Astronomia promovido pela Royal Astronomical Society, um grupo de cientistas trouxe à tona uma nova teoria que pode ajudar a entender melhor um dos grandes mistérios da astrofísica.
Os pesquisadores, da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, apresentaram uma possível explicação para a chamada “tensão de Hubble”. Esse termo refere-se à diferença nas medições da velocidade de expansão do universo, algo que intrigou muitos especialistas.
A nova hipótese se baseia em dados das oscilações acústicas de bárions (BAOs), que são consideradas os "ecos" do Big Bang. Segundo a teoria, a nossa Terra e a Via Láctea podem estar situadas dentro de um imenso “vazio” cósmico, onde a densidade de matéria é inferior à média do universo. Com isso, o vazio estaria puxando a matéria ao seu redor para áreas mais densas, criando a ilusão de que o universo se expande mais rápido do que realmente expande.
Segundo o astrofísico Indranil Banik, que assina o estudo, essa diferença nas concentrações de galáxias ao redor da Via Láctea ajuda a dar crédito à teoria proposta.
Teoria será testada com outros métodos de medição da expansão cósmica
Para fortalecer essa ideia, os cientistas pretendem usar novos métodos para medir a expansão do universo. Um dos mais promissores envolve o uso dos chamados cronômetros cósmicos, que, como o nome sugere, são galáxias que pararam de formar novas estrelas.
Essa estratégia visa estimar como o universo se expande ao longo do tempo, combinando a idade das galáxias com a análise do desvio para o vermelho de sua luz. Se os dados continuarem indicando essa irregularidade, a noção de um “vazio cósmico” ganha mais suporte na comunidade científica.
Teoria ainda gera controvérsias
Apesar das novas propostas, a teoria ainda não é aceita por todos os cientistas. Isso porque a ideia de um vazio tão extenso contraria o modelo cosmológico padrão, que assume uma distribuição de matéria uniforme em grandes escalas.
Assim, a expectativa é que novos testes revelem mais sobre essa teoria do “vazio cósmico” e se ela pode realmente trazer mudanças no entendimento atual da cosmologia.