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Apartamento de US$ 250 milhões em NY com luz solar privatizada

O bairro de Manhattan, conhecido como Billionaires’ Row, é um verdadeiro símbolo do luxo extremo. Por lá, é comum encontrar apartamentos que custam até US$ 250 milhões. Localizado na 57th Street, logo ao sul do Central Park, esse corredor é famoso por abrigar os imóveis mais exclusivos do planeta. Arranha-céus, como o Central Park Tower, foram desenhados para causar o menor impacto possível na sombra do parque. Você sabia que o preço do metro quadrado pode facilmente ultrapassar US$ 10.000? Vamos explorar os aspectos arquitetônicos, econômicos e sociais que tornam essa área uma referência global de riqueza e desigualdade urbana.

O coração dos imóveis de luxo em Manhattan

O termo Billionaires’ Row se refere à faixa que concentra algumas das residências mais altas do mundo, especialmente ao longo da West 57th Street. Neste corredor, encontramos torres como 432 Park Avenue, One57, 111 West 57th Street, 220 Central Park South e a impressionante Central Park Tower, que supera os 470 metros de altura.

Essas estruturas são a máxima expressão do luxo em Manhattan. Com suas fachadas de vidro e desenho esguio, dominam o skyline da cidade, além de terem sido projetadas para minimizar a sombra sobre o Central Park — uma característica muito valorizada por quem busca uma vista deslumbrante.

O Central Park Tower e os apartamentos mais caros do mundo

O Central Park Tower abriga um apartamento que ficou conhecido como um dos mais caros do planeta. Trata-se de um triplex de cobertura, chamado The One Above All Else, que foi lançado em 2022 por US$ 250 milhões. O espaço conta com cerca de 1.630 m² internos e mais de 130 m² de terraço, incluindo chão de festas, biblioteca, academia e, claro, uma vista de tirar o fôlego de Manhattan.

Embora o valor tenha sido reduzido para US$ 195 milhões em 2023, esse apartamento ainda é considerado a residência mais alta já construída no mundo. Outro exemplo é um duplex nos andares 107 e 108, vendido por US$ 115 milhões, um dos maiores preços já pagos por um imóvel nos Estados Unidos.

Luxo extremo nas alturas: os arranha-céus bilionários em Nova York

Os arranha-céus em Billionaires’ Row tornaram-se ícones de exclusividade mundial. Em muitos casos, há apenas um apartamento por andar. Os moradores desses edifícios têm acesso a clubes privados, spas, piscinas cobertas, salas de cinema e serviços personalizados.

No Central Park Tower, por exemplo, os residentes aproveitam o Central Park Club, que ocupa três andares e oferece restaurantes exclusivos, uma piscina de borda infinita com vista para o parque e até um salão de eventos. Um verdadeiro luxo a centenas de metros do chão.

A “privatização” da luz do sol em Manhattan

O design arquitetônico dessa região não é aleatório. Muitos edifícios foram planejados para interferir o menos possível na entrada de luz do sol no Central Park, e isso foi viabilizado pela compra dos chamados “air rights” — os direitos de construir acima de prédios vizinhos. Assim, as construtoras conseguiram erguer torres mais finas e altas, levando a verticalização urbana ao extremo.

Contudo, essa situação também gera críticas. Grupos comunitários e urbanistas alertam sobre a “privatização da luz solar”, já que essas torres podem causar longas sombras sobre o parque, especialmente ao final do dia. A preocupação é crescente sobre o uso excessivo de recursos públicos que beneficiam apenas um grupo restrito de pessoas.

O mercado de superluxo e os preços por metro quadrado

Na Billionaires’ Row, o preço médio por metro quadrado varia entre US$ 10 mil e US$ 20 mil, podendo ser ainda maior em coberturas. Veja alguns exemplos de preços estimados:

EdifícioPreço estimado da unidadeValor aproximado por m²
Central Park Tower (triplex)US$ 250 milhõesUS$ 15.000/m²
220 Central Park South (duplex)US$ 238 milhõesUS$ 20.000/m²
432 Park Avenue (penthouse)US$ 90 milhõesUS$ 18.000/m²

Esses valores tornam essa região um polo dos apartamentos mais caros do mundo, atraindo uma elite global em busca de exclusividade e status.

Quem são os donos dos apartamentos mais caros do mundo?

Os compradores desse mercado são, em sua maioria, investidores internacionais, empresários bilionários e celebridades. Nomes como Michael Dell, Bill Ackman e Kenneth Griffin são alguns dos mais conhecidos. Este último pagou US$ 238 milhões por um duplex no 220 Central Park South, marcando a venda residencial mais cara da história dos EUA até agora.

O curioso é que muitos desses imóveis ficam vazios durante boa parte do ano. Eles funcionam como ativos financeiros, geralmente protegidos por estruturas jurídicas complexas e muitas vezes registrados em paraísos fiscais.

Desigualdade urbana e desafios para o futuro

Enquanto os apartamentos de luxo alcançam preços exorbitantes, cerca de 70 mil pessoas vivem em abrigos públicos em Nova York, segundo dados de organizações locais. Essa desigualdade reforça a discussão sobre a especulação imobiliária e o papel das cidades na distribuição sustentável do espaço urbano.

Especialistas recomendam que a cidade revise as normas de zoneamento para limitar a altura de novos edifícios em áreas como a do Central Park. Há também propostas para taxar propriedades de luxo que ficam vazias, visando equilibrar o uso do solo e arrecadar fundos para políticas habitacionais.

Billionaires’ Row é mais do que uma vitrine de imóveis de luxo; é um retrato das complexidades enfrentadas pelas grandes metrópoles. Uma área que simboliza o ápice da arquitetura e sofisticação, mas também revela como a concentração de riqueza pode afetar o espaço público e aumentar a desigualdade.

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