Como o Auxílio Brasil substitui o Bolsa Família? O que vai acontecer?

Os beneficiários do Bolsa Família agora estão sendo assistidos pelo Auxílio Brasil – a versão renovada (e ainda com algumas incertezas) do programa social criado em 2003 e extinto esta semana.

O Auxílio Brasil visará inicialmente o mesmo público que o Bolsa Família. Nos mês de outubro, 14,6 milhões de famílias receberam o benefício. O governo promete atingir 17 milhões até o final do ano.

Ambos os benefícios são destinados às famílias em extrema pobreza e pobreza – no último caso, somente se tiverem mulheres grávidas ou pessoas com menos de 21 anos entre seus membros. O decreto que regulamentou o Auxílio Brasil, no entanto, atualizou os valores para situações como famílias em extrema pobreza (aquelas com renda por pessoa de até R$100 por mês) e famílias em pobreza (com renda por pessoa entre R$ 100,01 e R$ 200).

Como o Auxílio Brasil substitui o Bolsa Família O que vai acontecer / Imagem: Jeane de Oliveira – noticiadamanha.com.br

Diferenças entre o Auxílio Brasil e Bolsa Família

Como o Auxílio Brasil substitui o Bolsa Família? O que vai acontecer? / imagem: CNN Brasil

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Valor do benefício

O governo ajustou o valor médio do pagamento do benefício em 17,84%, para R$ 217,18.

  • O benefício básico, pago às famílias em extrema pobreza, de R$ 89 no Bolsa Família, é aumentado para R$ 100 no Auxílio Brasil
  • As parcelas variáveis, com um valor de R$ 41, aumentam para R$ 49
  • O benefício variável ligado aos Adolescentes vai de R$48 a R$57.

O governo promete pagar, no Auxílio Brasil, um complemento para levar o benefício a um mínimo de R$ 400. Este “extra”, porém, foi deixado para dezembro, e depende da aprovação do PEC dos precatórios. Mesmo assim, será pago somente até o final de 2022 – a partir de 2023, se não houver outra fonte de recursos, o valor volta ao benefício básico.

Onde se inscrever

A inscrição para o Auxílio Brasil é feita da mesma forma que para o Bolsa Família: através do Cadastro Único (CadÚnico), operado pelos governos local e estadual.

Benefícios “extras

O Auxílio Brasil manterá como seu ‘núcleo básico’ os mesmos benefícios do Bolsa Família:

  • Benefício para a primeira infância: para famílias com crianças de até 3 anos incompletos. O benefício deve ser pago por criança nesta faixa etária e o limite será de cinco benefícios por família.
  • Benefício de Composição Familiar: para famílias com mulheres grávidas ou pessoas entre 3 e 21 anos de idade – atualmente, o Bolsa Família limita o benefício a jovens até 17 anos de idade. O governo diz que o objetivo é encorajar este grupo adicional a permanecer na escola para completar pelo menos um nível de escolaridade formal. O limite também será de 5 benefícios por família
  • Benefício de Superação da Pobreza Extrema: este benefício entra em jogo quando, após o cálculo das “linhas” anteriores, a renda mensal per capita da família ainda está abaixo da linha de pobreza extrema. Neste caso, diz o governo, não haverá limitação relacionada com o número de membros da família.

Outros seis benefícios também serão pagos para a atual base do Bolsa Família:

  • Bolsa Família: Destinado a estudantes entre 12 e 17 anos incompletos que se destacam nos Jogos Escolares Brasileiros e já são membros de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família. O auxílio será pago em 12 parcelas mensais ao aluno e em uma única parcela à família do aluno, diz o Ministério da Cidadania.
  • Bolsa de Iniciação Científica Junior: Para estudantes com bom desempenho em competições acadêmicas e científicas e que são beneficiários do Auxílio Brasil. O pagamento será feita em 12 parcelas mensais. Não há número máximo de beneficiários por núcleo familiar.
  • Auxílio Criança Cidadã: De acordo com o Ministério da Cidadania, será dirigido à pessoa responsável por uma família com uma criança com idade entre zero e 48 meses incompletos, que possa ganhar renda mas não consiga encontrar um lugar em uma creche pública ou privada. O valor será pago até a criança completar 48 meses de idade, e o limite por núcleo familiar ainda está por ser regulamentado.
  • Ajuda à Inclusão Produtiva Rural: Paga por até 36 meses aos agricultores familiares inscritos no CadÚnico. No primeiro ano, após um período de espera de três meses, o pagamento será condicionado à doação de alimentos a famílias socialmente vulneráveis servidas pela rede de educação e assistência social. Os municípios devem assinar um acordo de adesão com o Ministério da Cidadania.
  • Auxílio à Inclusão Produtiva Urbana: Quem estiver na folha de pagamento do programa Auxílio Brasil e comprovar vínculo empregatício formal, receberá o benefício. O valor é limitado a um auxílio por família.
  • Benefício Compensatório de Transição: Para as famílias que estavam na folha de pagamento do Bolsa Família e perdem parte do valor recebido ao mudar para o Auxílio Brasil. Será concedido durante o período de implementação do novo programa e será mantido até que o valor recebido pela família seja maior do que o do Bolsa Família ou até que não se enquadrem mais nos critérios de elegibilidade.

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