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A construção do Cristo Redentor: 38 metros sem mortes registradas

A construção do Cristo Redentor é um marco da engenharia brasileira e um símbolo do Rio de Janeiro. Localizado a 700 metros de altura no Corcovado, esse monumento de 38 metros é famoso mundialmente. Mas você sabia que, para erguê-lo, enfrentaram desafios logísticos enormes? A história por trás da sua construção é tão cativante quanto a vista lá de cima.

A ideia de construir o Cristo começou no século XIX, como uma homenagem à Princesa Isabel. Contudo, após a Proclamação da República, o projeto foi deixado de lado. Somente na década de 1920, o Círculo Católico do Rio de Janeiro revivesceu o plano, reunindo apoio da sociedade para arrecadar recursos e assinaturas, como um abaixo-assinado com mais de 22 mil mulheres! Esse movimento foi crucial para conseguir a autorização do então presidente Epitácio Pessoa.

A origem da ideia e o projeto vencedor

A primeira sugestão de um monumento cristão no Corcovado surgiu na década de 1850 pelo padre Pedro Maria Bóss. Apesar da resistência da própria princesa, a ideia acabou sendo abandonada devido à separação entre Igreja e Estado. Anos depois, com o apoio da sociedade, o projeto ganhou força. O desenho que conhecemos hoje foi criado pelo engenheiro Heitor da Silva Costa, em colaboração com o artista plástico Carlos Osvaldo e o escultor francês Paul Landowski.

Engenharia e logística: a obra no topo do morro

A construção do Cristo Redentor foi repleta de desafios. A obra estava situada em um local de difícil acesso e os trabalhadores enfrentavam calor intenso e tempestades. O transporte dos materiais foi feito pela Estrada de Ferro do Corcovado, essencial para levar cimento e peças morro acima. O escritório do engenheiro foi montado onde hoje está a Capela do Cristo, permitindo uma supervisão detalhada da obra.

Os trabalhos foram divididos em dois canteiros: um no topo, onde estavam as ferramentas e a grua, e outro mais abaixo, com áreas de corte e descanso para os operários. Era um verdadeiro quebra-cabeça logístico!

Do gesso francês ao concreto brasileiro

Embora a estrutura seja uma conquista da engenharia nacional, a parte mais detalhada, como a cabeça e as mãos, vem da França. Paul Landowski preparou os moldes em gesso que foram enviados ao Brasil. A cabeça do Cristo, por exemplo, foi feita com cerca de 50 partes diferentes! A estrutura interna, projetada por Heitor, é de concreto armado e oca, com capacidade para circulação interna. A montagem começou pelos braços, que têm 28 metros de extensão, e seguiu com a cabeça e as mãos. O monumento é finalizado com milhares de pequenas pedras-sabão triangulares, conferindo o aspecto único que todos conhecemos.

O legado: segurança, restauros e reconhecimento

A construção do Cristo Redentor levou nove anos, sendo finalizada em 1931. Um fato surpreendente é que nenhum operário morreu durante essa complexa obra, algo notável considerando as condições desafiadoras. O monumento foi projetado para suportar ventos de até 250 km/h e possui para-raios na parte superior.

Ao longo dos anos, o Cristo passou por várias restaurações. A primeira grande reforma aconteceu em 1990. Mais tarde, em 2003, foram instalados elevadores e escadas rolantes para melhorar o acesso dos visitantes. Em 2010, uma nova restauração substituiu mais de 60 mil pedaços de pedra-sabão usando a mesma matéria-prima da estátua original.

O reconhecimento internacional começou a chegar quando, em 2007, o Cristo foi eleito uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, um título que consolidou sua importância ao lado de ícones como a Muralha da China.

Cada detalhe da construção carrega uma história rica e cheia de significado. Você conhece algum fato curioso sobre o Cristo?

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